Ouvindo...

FPA diz que suspensão do Plano Safra é ‘falta de responsabilidade fiscal’

Grupo critica o governo e diz que impasse vai impactar no preço dos alimentos

O Plano Safra é fundamental para que os produtores possam se planejar para as próximas safras

A Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) divulgou uma nota em que critica o governo após o Tesouro Nacional anunciar na quinta-feira (20) a suspensão das linhas de crédito do Plano Safra 2024/2025. A decisão considerou a falta de aprovação do Orçamento da União para este ano, que só será votado pelo Congresso após o Carnaval.

Segundo o grupo, a medida é resultado do aumento da taxa básica de juros, a Selic, impulsionado pela “falta de responsabilidade fiscal do governo e pela desvalorização da moeda”.

A decisão de suspender as linhas de crédito do plano Safra levou em conta a falta de recursos no Orçamento para bancar a equalização das taxas de juros em um momento de alta da Selic – atualmente em 13,25% ao ano. A interrupção foi comunicada por meio de ofício enviado a 15 instituições financeiras que atuam com o programa.

“Culpar o Congresso Nacional pela própria incapacidade de gestão dos gastos públicos não resolverá o problema. A má gestão impacta no aumento dos juros e impede a implementação total dos recursos necessários”, critica a FPA.

O grupo argumenta que o programa para a próxima safra foi aprovado no Orçamento de 2023 e anunciado como “o maior Plano Safra da história”, mas “no momento em que os produtores ainda colhem a primeira safra e iniciam o plantio da próxima, os recursos já se esgotaram”.

Ainda de acordo com a FPA, a suspensão das linhas de crédito afeta diretamente itens da cesta básica, como proteínas e ovos, já que as rações utilizadas para alimentar os animais são produzidas a partir de grãos, cultura impactada com a falta de recursos.

Leia também

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.