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Haddad anuncia crédito extraordinário de R$ 4 bi para evitar paralisação do Plano Safra

Tesouro Nacional decidiu suspender linhas de crédito do programa em razão da não aprovação do Orçamento de 2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta sexta-feira (21) que o governo abrirá um crédito extraordinário de R$ 4 bilhões para evitar a descontinuidade do Plano Safra 2024/2025, após o Tesouro Nacional suspender as linhas de crédito do programa nessa quinta-feira (19).

A suspensão dessas linhas ocorre em razão da não aprovação do Orçamento de 2025, que só deve ser votado em março pelo Congresso Nacional.

“Mas é preciso fazer uma observação com muita cautela. Apesar de ser um crédito extraordinário, o governo está anunciando que ele está dentro dos limites do arcabouço fiscal. Portanto, é como se tivesse sido aprovado dentro do orçamento, com os limites do arcabouço fiscal”, ponderou Haddad em entrevista a jornalistas, em São Paulo.

Ele também afirmou ter conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Vital do Rêgo, sobre o impasse.

“O presidente da República disse que, em virtude do ritmo que as coisas estão, nós não podemos aguardar o Orçamento ser aprovado. E o ministro do Tribunal de Contas deixou claro que, efetivamente, sem essa solução que foi encontrada, não haveria possibilidade de execução do Plano Safra”, declarou.

Entenda

A decisão de suspender as linhas de crédito do plano Safra levou em conta a falta de recursos no Orçamento para bancar a equalização das taxas de juros em um momento de alta da Selic – atualmente em 13,25% ao ano. A interrupção foi comunicada por meio de ofício enviado a 15 instituições financeiras que atuam com o programa.

Apesar da interrupção, o Ministério da Fazenda informou que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), voltado para pequenos agricultores, continua operando normalmente.

A votação da LOA, que deveria ter ocorrido em 2024, foi adiada em razão do atraso na aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e das discussões sobre cortes de gastos no fim do ano passado.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.