O senador e ex-vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), comentou nesta quarta-feira (26) à CNN
Mourão, que conhece Heleno desde 1974, afirmou ter notado a “decrepitude física e mental” do general ao longo dos últimos anos. “Eu o conheço desde o ano de 1974... Sempre foi um atleta extraordinário. No ano de 2007 ele teve um incidente de saúde, jogando tênis perdeu a força no braço. Se vocês olharem todas as imagens do Heleno desde aquele momento, ele tinha uma dificuldade enorme de levantar o braço. Era um problema neurológico que pode estar relacionado a essa questão do Alzheimer,” disse o senador.
O parlamentar ressaltou que a doença avança silenciosamente e ponderou sobre a idade do general. “Um homem de 78 anos, ninguém chega a essa idade sem sequela, principalmente levando em consideração a vida que a gente tem como militar,” completou Mourão.
Questionado sobre se a condição de saúde afetou o trabalho de Heleno enquanto ministro de Estado (Gabinete de Segurança Institucional) no governo de Jair Bolsonaro, Mourão explicou que não tinha contato diário com o general, limitando-se a dizer: “Quem tinha esse contato era o presidente Bolsonaro”.
Segundo o relatório médico do Exército obtido pela reportagem, Heleno confirmou ter perda de memória recente e vive com um quadro progressivo de demência do tipo Alzheimer, além de sofrer de prisão de ventre e hipertensão, condições que estão sob tratamento medicamentoso.
Apesar dos relatos, a médica responsável registrou que o general se encontrava em bom estado geral, lúcido e com sinais vitais normais. O relatório o descreve como um idoso com aparência compatível com a idade e “com estado emocional estável”.
O general Heleno aguardava em liberdade o fim do processo, e, conforme informações apuradas, mantinha rotina regular de caminhadas e exercícios físicos na quadra onde residia. A prisão imediata foi determinada na terça-feira após o trânsito em julgado da condenação.