Mourão diz que enxergou ‘decrepitude física e mental’ de Heleno, que revelou Alzheimer

A prisão ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes declarar o trânsito em julgado da ação e determinar a execução da pena de 21 anos de reclusão em regime inicial fechado

Ex-vice-presidente Hamilton Mourão

O senador e ex-vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), comentou nesta quarta-feira (26) à CNN sobre a saúde do general da reserva Augusto Heleno, que foi preso na terça-feira (25) por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. A prisão ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes declarar o trânsito em julgado da ação e determinar a execução da pena de 21 anos de reclusão em regime inicial fechado. Em seu depoimento para o exame de corpo de delito, o militar, de 78 anos, revelou viver com Alzheimer desde 2018.

Mourão, que conhece Heleno desde 1974, afirmou ter notado a “decrepitude física e mental” do general ao longo dos últimos anos. “Eu o conheço desde o ano de 1974... Sempre foi um atleta extraordinário. No ano de 2007 ele teve um incidente de saúde, jogando tênis perdeu a força no braço. Se vocês olharem todas as imagens do Heleno desde aquele momento, ele tinha uma dificuldade enorme de levantar o braço. Era um problema neurológico que pode estar relacionado a essa questão do Alzheimer,” disse o senador.

O parlamentar ressaltou que a doença avança silenciosamente e ponderou sobre a idade do general. “Um homem de 78 anos, ninguém chega a essa idade sem sequela, principalmente levando em consideração a vida que a gente tem como militar,” completou Mourão.

Questionado sobre se a condição de saúde afetou o trabalho de Heleno enquanto ministro de Estado (Gabinete de Segurança Institucional) no governo de Jair Bolsonaro, Mourão explicou que não tinha contato diário com o general, limitando-se a dizer: “Quem tinha esse contato era o presidente Bolsonaro”.

Segundo o relatório médico do Exército obtido pela reportagem, Heleno confirmou ter perda de memória recente e vive com um quadro progressivo de demência do tipo Alzheimer, além de sofrer de prisão de ventre e hipertensão, condições que estão sob tratamento medicamentoso.

Apesar dos relatos, a médica responsável registrou que o general se encontrava em bom estado geral, lúcido e com sinais vitais normais. O relatório o descreve como um idoso com aparência compatível com a idade e “com estado emocional estável”.

O general Heleno aguardava em liberdade o fim do processo, e, conforme informações apuradas, mantinha rotina regular de caminhadas e exercícios físicos na quadra onde residia. A prisão imediata foi determinada na terça-feira após o trânsito em julgado da condenação.

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