Pelo menos 150 pessoas, atingidas pela tragédia ambiental da Samarco, em Mariana, protestaram na tarde deste segunda-feira (17) em em frente à sede do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), na avenida Raja Gabaglia, região centro-sul de Belo Horizonte.
Os atingindo pedem mais participação nas negociações do
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“Os atingidos não aceitam esse modelo de acordo e pedimos uma reunião para apresentarmos nossas propostas”, afirmou um dos integrantes da Coordenação Nacional do MAB [Movimento dos Atingidos por Barragens], Thiago Alves.
A Itatiaia apurou com pessoas próximas às negociações que garantem que há um empenho por parte do TRF-6 para que o novo acordo de Mariana seja fechado ainda neste ano.
Valor do acordo ainda é motivo de conflito
Nove anos depois do rompimento da barragem em Mariana, o maior entrave para a consolidação do acordo é o valor e a forma de pagamento, pelas mineradoras, pelos danos cometidos.
O Movimento dos Atingidos por Barragens defende um pagamento de R$ 500 bilhões. Já a proposta apresentada pelo poder público é de R$ 109 bilhões, pagos em 12 anos, desconsiderando outras despesas que as mineradoras deverão arcar, sobretudo relacionadas a indenizações individuais e reparação dos danos ambientais, as chamadas “obrigações de fazer”.
No entanto, na última semana, a Vale se comprometeu com o pagamento de R$ 103 bilhões — destes, apenas R$ 82 bilhões entrariam nos cofres dos entes públicos, e divididos em 20 anos.
Pelo cálculo, a
Desde 2015, ano da tragédia, a Vale acumulou R$ 289,5 bilhões em lucros líquidos, uma média de R$ 32,16 bilhões por ano.
Até hoje, ninguém está preso por responsabilidade no colapso da estrutura que matou 19 pessoas e despejou mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério na bacia do Rio Doce e de parte do litoral capixaba.