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Urgência do PL Antifacção será votada na próxima terça-feira

Proposta terá tramitação acelerada na Câmara, podendo ser definitivamente aprovada ainda em novembro

Secretário de Segurança do Estado de SP, Guilherme Derrite

A Câmara dos Deputados deve votar na próxima terça-feira (11) o requerimento de urgência para a tramitação do Projeto de Lei Antifacção, uma das principais apostas do governo Lula na área de segurança pública. O relator da proposta será o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), conforme anunciado na sexta-feira (7) pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O projeto foi apresentado após a megaoperação policial no Rio de Janeiro, em 28 de outubro, que deixou 121 mortos. A proposta busca endurecer as penas e ampliar os mecanismos de combate às organizações criminosas.

O regime de urgência faz com que a tramitação do projeto seja acelerada na Câmara, evitando a necessidade de aprovação em comissões da Casa.

Em publicação nas redes sociais, Derrite afirmou que assume a relatoria “com muita responsabilidade” e que seu objetivo é “lutar pela severa punição daqueles que escolhem o caminho do crime organizado”. O deputado voltou ao mandato parlamentar após deixar, no início da semana, o cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo, no governo Tarcísio de Freitas.

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A escolha do relator, no entanto, gerou críticas dentro da base governista. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), classificou a decisão como “uma provocação”. Segundo ele, “colocar nas mãos do secretário de segurança do governador Tarcísio beira uma provocação. Parece um interesse deliberado de atrapalhar a tramitação da pauta prioritária do governo na área de segurança pública”.

Derrite, que é aliado político de Tarcísio, sinalizou que fará mudanças no texto original encaminhado pelo governo federal. Entre as alterações previstas estão:

  • Aumento das penas para crimes cometidos por membros de facções, variando de 20 a 40 anos, incluindo casos de domínio de cidades, ataques a presídios e carros-fortes;
  • Cumprimento obrigatório de pena em presídios de segurança máxima para líderes de organizações criminosas;
  • Proibição de anistia, graça, indulto e liberdade condicional, além do corte do auxílio-reclusão a familiares de envolvidos nesses crimes;
  • Endurecimento da progressão de regime, elevando de 40% para 70% o tempo mínimo de cumprimento da pena para acesso a benefícios.

Em outro post, o relator defendeu um tom conciliador: “É hora de deixar o palanque de lado e dar uma resposta efetiva ao grito de socorro da população. Vamos trabalhar para que esse objetivo seja estabelecido”, escreveu.

A expectativa é que, caso a urgência seja aprovada na próxima semana, o texto possa ser votado em plenário ainda em novembro.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio