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Saiba como foram os atos contra a PEC da Blindagem nas principais capitais

Protestos foram registrados em todo o país em oposição à proposta que dificulta a prisão e abertura de processos criminais contra parlamentares federais

Mais de 40 mil pessoas compareceram ao ato da esquerda na Avenida Paulista, que reuniu manifestantes contra o PL da Anistia e a PEC da Blindagem

Manifestantes foram às ruas em todas as capitais no domingo (21) em protesto contra à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que dificulta a prisão e abertura de processos criminais contra parlamentares federais. Outro alvo foi o projeto de lei que concede anistia aos condenados por crimes contra a democracia, em tramitação na Câmara.

Brasília

A capital federal reuniu cerca de 5 mil pessoas, segundo os organizadores, em um ato na manhã de domingo. Os manifestantes se concentraram em frente ao Museu da República, a cerca de 3 km do Congresso Nacional, e empunhavam bandeiras do Brasil, da Palestina e de partidos e movimentos sociais ligados à esquerda.

Foi erguido um grande boneco inflável do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro foi alvo preferencial dos manifestantes, que pediam sua prisão no Complexo Penitenciário da Papuda, mas também houve palavras de ordem contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo fim do conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

Por volta das 11h30, o protesto seguiu em direção ao Congresso Nacional, onde houve apresentação do cantor e compositor Chico César e do rapper mineiro Djonga, com dispersão na sequência.

Belo Horizonte

Na capital mineira, os manifestantes se reuniram na Praça Raul Soares, na Região Centro-Sul da cidade, e seguiram até a Praça da Estação. Eles exibiram fotografias, com a legenda “traidores”, de todos os deputados federais mineiros que votaram a favor da PEC, aprovada em segundo turno com 344 votos favoráveis e 133 contrários.

As apresentações artísticas ficaram por conta da banda Lamparina e da cantora Fernanda Takai.

Salvador

Ainda pela manhã, uma multidão acompanhou o trio elétrico puxado pela cantora Daniela Mercury próximo ao Morro do Cristo, na Barra. O ator Wagner Moura, em alta com a repercussão nacional e internacional do filme “O Agente Secreto”, também discursou em defesa do que considera um “momento extraordinário” da democracia brasileira.

“Hoje eu acordei com vontade de falar só coisa boa, fiquei com preguiça de falar desse Congresso, de lei de desmatamento, de lei da bandidagem, dessas coisas todas horríveis. Minha vontade é falar do momento extraordinário pelo qual passa a democracia brasileira, que é exemplo para o mundo todo. Nós sempre crescemos dizendo que a nossa democracia é frágil, jovem. Nossa democracia botou para lenhar”, afirmou.

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São Paulo

Manifestantes se concentraram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, tradicional ponto de encontro para atos políticos. Segundo o Monitor do Debate Político, da Universidade de São Paulo (USP), no pico do protesto, às 16h04, havia 42,4 mil pessoas.

Os discursos contra a PEC da Blindagem e o PL da anistia foram puxados por parlamentares da esquerda, como os deputados Erika Hilton (PSOL-SP), Guilherme Boulos (PSOL-SP), Tabata Amaral (PSB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). Os cantores Jota.Pê, Salgadinho, Rashid e Emicida foram alguns dos responsáveis pela parte artística.

Durante o ato, os manifestantes abriram uma enorme bandeira do Brasil em frente ao Masp, em um contraponto com a manifestação bolsonarista do 7 de setembro, em que os participantes exibiram o pavilhão nacional dos Estados Unidos.

Rio de Janeiro

Cerca de 41,8 mil manifestantes se mobilizaram contra a PEC da Blindagem na orla de Copacabana no final da tarde de domingo, segundo a USP.

O ato no famoso ponto turístico carioca foi puxado por grandes nomes da música brasileira, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque e Djavan, além de expoentes da nova geração, como Marina Sena. Eles vestiam cores que remetiam à bandeira nacional.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.