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Alvo de protestos, CCJ do Senado vota PEC da Blindagem na próxima quarta

Proposta de Emenda à Constituição dificulta a prisão e abertura de processos criminais contra parlamentares federais

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Otto Alencar (PSD-BA)

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), pautou para a próxima quarta-feira (24), às 9h, a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que dificulta a prisão e abertura de processos criminais contra parlamentares federais e presidentes de partidos.

Na sessão, o relator do texto, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), apresentará seu parecer sobre a PEC. Pelas redes sociais, o emedebista afirmou que se manifestará pela rejeição da proposta.

“Minha posição sobre o tema é pública e o relatório será pela rejeição, demonstrando tecnicamente os enormes prejuízos que essa proposta pode causar aos brasileiros”, escreveu Vieira, em seu perfil no X.

Aprovada na Câmara na última terça-feira (16), a PEC estabelece que deputados e senadores só poderão ser processados criminalmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas desde que sua respectiva Casa autorize a ação judicial, por maioria absoluta de seus membros, em votação secreta.

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Se a Câmara ou o Senado negarem a licença, o processo fica trancado pelo tempo que durar o mandato parlamentar.

O texto também inclui entre as autoridades com foro privilegiado – ou seja, quando o STF é a única instância para julgamento – os presidentes nacionais de partidos com representação no Congresso Nacional.

Com a aprovação dos deputados, o texto será agora analisado pela CCJ do Senado. Em caso de rejeição, o texto será arquivado. Se for aprovada, a proposta segue para votação no plenário, onde já conta com a rejeição de vários senadores, como a bancada do MDB, a segunda maior da Casa, que já se posicionou integralmente contrária à PEC.

A proposta também mobilizou protestos em todas as capitais do país neste domingo. Os atos também pediam a rejeição ao projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em tramitação na Câmara.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.