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Deputados do PT que apoiaram PEC da Blindagem ‘erraram’, dizem correligionários

Em BH, Rogério Correia e Reginaldo Lopes criticaram os doze colegas da bancada petista na Câmara Federal que votaram pela aprovação do texto

Rogério Correia e Reginaldo Lopes, deputados federais pelo PT-MG.

Os deputados federais Rogério Correia e Reginaldo Lopes, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT), criticaram parlamentares correligionários que votaram pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta a proteção judicial para parlamentares, popularmente conhecida como PEC da Blindagem.

Contrariando a orientação da legenda, doze deputados do PT votaram “sim” no texto que tramitou na Câmara Federal na última quarta-feira (17).

Neste domingo (21), durante uma manifestação contra a proposta — convocada por entidades sociais e movimentos estudantis em Belo Horizonte —, Lopes afirmou, em entrevista à Itatiaia, que os parlamentares do partido “lamentavelmente erraram”.

Ele declarou, no entanto, que os deputados tiveram “até uma boa intenção, mas que de boas intenções, o inferno está cheio”. Alguns dos petistas que contribuíram para os 344 votos favoráveis no segundo turno justificaram o apoio alegando que o voto fazia parte de uma negociação para viabilizar outras pautas prioritárias do governo Lula (PT).

Para Lopes, “não dá para fazer e cair na chantagem de um Parlamento que não tem compromisso com pautas sociais”.

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Em conversa com a reportagem, Rogério Correia, vice-líder do governo na Câmara, reforçou que os deputados que votaram a favor da proposta contrariaram a orientação partidária e precisarão lidar com possíveis consequências internas. “Tanto o partido, através do presidente Edinho [Silva], do diretório nacional, quanto a grande maioria da bancada federal, votou contra a PEC, que chamamos de PEC da Bandidagem”, afirmou.

Ao todo, doze deputados do PT votaram a favor da PEC no primeiro turno:

  • Paulo Guedes (PT-MG);
  • Odair Cunha (PT-MG);
  • Merlong Solano (PT-PI);
  • Leonardo Monteiro (PT-MG);
  • Kiko Celeguim (PT-SP);
  • Jilmar Tatto (PT-SP);
  • Florentino Neto (PT-PI);
  • Flávio Nogueira (PT-PI);
  • Dr. Francisco (PT-PI);
  • Dilvanda Faro (PT-PA);
  • Alfredinho (PT-SP);
  • Airton Faleiro (PT-PA).

No segundo turno, Faleiro e Monteiro mudaram de posição e votaram contra a proposta.

Aprovado na Câmara, o texto segue agora para o Senado Federal, onde será apreciado pelos senadores. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição, a PEC não precisa passar pela sanção presidencial — embora o presidente Lula tenha afirmado, em entrevista à BBC Brasil, que votaria contra, caso fosse deputado.

Manifestações em todo o Brasil

Em diversas capitais brasileiras, incluindo Belo Horizonte, manifestantes se reuniram para protestar contra a aprovação do texto na Câmara e pedir que a proposta não seja aprovada no Senado.

Além da PEC, os atos também criticaram a tramitação do Projeto de Lei (PL) que propõe anistia a condenados por atos antidemocráticos, como os crimes cometidos em 8 de janeiro de 2023.

Jornalista pela UFMG, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já atuou na produção de programas da grade, apuração e na reportagem da Central de Trânsito Itatiaia Emive. Atualmente, contribui como repórter na editoria de política.
Jornalista formada pela PUC Minas, é repórter multimídia da Itatiaia com foco na editoria de Cidades. Estagiou na emissora por dois anos e atuou na Brazilian Traffic Network como repórter de trânsito em emissoras de BH. Vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo Universitário 2024 e do Intercom Sudeste 2025.