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Moraes descarta pedido do GDF sobre saúde de Bolsonaro por ‘ausência de pertinência’

Ministro também determinou que a solicitação seja retirada do processo sobre tentativa de golpe

Alexandre de Moraes, ministro do STF e relator do processo que apura a tentativa de golpe de Estado.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o pedido do Governo do Distrito Federal (GDF) para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passasse por uma avaliação médica fosse retirado dos autos por “ausência de pertinência”.

O ministro nem chegou a analisar o mérito da solicitação, já que considerou não ser pertinente a Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape) fazer o pedido.

A solicitação foi feita no âmbito do processo sobre uma tentativa de golpe, no qual Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos de prisão.

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Na segunda-feira (3), a Seape enviou um ofício ao ministro pedindo que Bolsonaro passasse por uma avaliação médica especializada.

O intuito da Seape seria verificar se o quadro clínico dele é compatível com a estrutura médica e nutricional disponível no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

“Papuda” é o nome popular do Complexo Penitenciário da Papuda, o principal sistema prisional do Distrito Federal, localizado em Brasília. O local é composto por diversas unidades prisionais

Fontes ouvidas pela Itatiaia afirmaram que o pedido não deveria ter sido feito pelo GDF, mas pela defesa de Bolsonaro, e apenas após o trânsito em julgado do processo — quando não há mais possibilidade de recurso.

Recurso

O pedido aconteceu no início da semana do julgamento dos embargos de declaração apresentados pela defesa de Bolsonaro contra a condenação por tentativa de golpe de Estado.

A Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente a 27 anos e três meses de prisão. O recurso será analisado a partir desta sexta-feira (7), com término previsto para o dia 14 de novembro.

Após a análise desse primeiro recurso, as defesas ainda poderão apresentar um segundo pedido, também sujeito à avaliação dos ministros. A expectativa, no entanto, é de que ambos sejam negados.

Somente após a decisão sobre o segundo recurso será declarado o trânsito em julgado do processo — momento em que a condenação se torna definitiva e as penas poderão começar a ser cumpridas.

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.