Dois deputados estaduais do PL, Cristiano Caporezzo e Eduardo Azevedo, votaram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que extingue a exigência de referendo popular para a privatização da Copasa. A medida, apoiada pelo governador Romeu Zema (Novo),
A PEC altera a Constituição mineira no trecho que previa consulta popular para a venda das estatais Cemig, Copasa e Gasmig. A proposta faz parte da estratégia do governo de avançar na pauta de privatizações.
Leia mais:
À Itatiaia, Cristiano Caporezzo justificou o voto junto com os deputados da oposição afirmando que mantém uma posição de independência em relação ao governo e que a defesa da consulta popular não é incompatível com sua postura ideológica.
“Eu sei que é difícil para algumas pessoas entender que na política existe uma terceira posição, além de posição e oposição. Eu sou independente, porque ser independente nesse contexto é estar ao lado da coisa certa, é estar ao lado da população que me colocou aqui. Eu sou de direita, eu sou favorável à privatização, mas eu sempre irei defender mais democracia, mais ferramentas jurídicas, de consulta popular, então eu não posso ser contra um referendo para ouvir a opinião do povo de Minas, e o governo teve tempo”, disse, afirmando que o governo teve tempo de realizar o referendo.
“Teve oportunidade para fazer essa consulta, inclusive para fazer uma campanha junto à população, que poderia tranquilamente ser vitoriosa, mas eles preferiram agir ao atropelo da democracia e deixando para a última hora. Então, eu não voto coisa errada por incompetência do governo. Por isso, eu votei com a população mineira em relação a manter o referendo de consulta popular. Isso é o certo a ser feito”.
Eduardo Azevedo também votou contra a PEC e afirmou que defende o direito do povo mineiro de decidir sobre a privatização por meio de referendo.
“Me posiciono contra qualquer tentativa de retirar da população mineira o direito de decidir, por referendo, sobre uma possível privatização de uma empresa pública estadual. Entendo que estamos falando de um patrimônio estratégico, que interfere diretamente na vida de milhões de cidadãos, no desenvolvimento econômico do Estado e na garantia de serviços essenciais. Por isso, acredito que uma decisão dessa magnitude não deve ficar restrita a gabinetes ou negociações políticas, mas precisa respeitar a soberania popular. Defender o referendo é defender que o povo seja ouvido”, disse.
PL a favor
O último voto que garantiu o número mínimo necessário para a aprovação da PEC foi decidido também foi do PL,
Com a aprovação da PEC, o governo Zema avança no plano de privatizar a Copasa. O Projeto de Lei (PL) 4380/2025, que trata especificamente da venda da companhia, ainda está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia. Antes de ir a plenário, o texto precisa passar pelas comissões de Administração Pública e de Fiscalização Financeira e Orçamentária.