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PEC do Referendo da Copasa gera discussão entre membros de federação da esquerda

Lohanna França (PV) questionou declaração feita por Rogério Correia (PT) sobre o voto de membros do Partido Verde em projeto do governador Romeu Zema (Novo)

Lohanna França, do PV, questionou comentário feito por Rogério Correia (PT) sobre alinhamento partidário em votação da PEC do Referendo

A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, que derrubou o referendo popular para a privatização da Copasa, provocou uma discussão pública entre integrantes do PT e do PV de Minas Gerais. Na noite da última quarta-feira (5), horas após a aprovação do projeto, a deputada Lohanna França (PV) foi às redes para comentar uma declaração do deputado federal Rogério Correia (PT) e debater a postura de suas respectivas legendas em diferentes situações.

Correia defendeu uma punição a deputados do PV que votassem a favor da PEC que viabiliza a privatização da Copasa. Ao fim da sessão em plenário, o deputado Betinho Pinto Coelho foi o único integrante do Partido Verde a se posicionar de forma favorável ao texto enviado à Assembleia Legislativa (ALMG) pelo governador Romeu Zema (Novo). A própria Lohanna, Professor Cleiton e Hely Tarqüínio foram contra.

A deputada comentou a notícia ressaltando seu respeito por Correia, mas criticou o comentário intervindo na dinâmica interna do partido. Ela recordou que houve petistas na lista dos parlamentares que votaram a favor da PEC 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem.

Junto ao PCdoB, PT e PV integram a federação “Brasil da Esperança”. A união das legendas foi firmada em 2022 e segue válida até as eleições de 2026.

A PEC do Referendo

A chamada “PEC do Referendo” visa permitir a privatização das estatais altera o a Constituição de Minas Gerais no ponto em que a venda de Cemig, Copasa e Gasmig só podem ser vendidas mediante autorização do eleitor do estado. Este artigo está na legislação mineira desde 2001, quando foi proposto pelo então governador Itamar Franco e aprovado por unanimidade na Assembleia.

A PEC foi aprovada em primeiro turno na madrugada da última sexta-feira (24), quando a base governista conseguiu votar o texto às 4h30 após mais de dez horas de sessão em plenário.

No segundo turno, a chamada PEC do Referendo foi aprovada pela conta mínima de 48 votos favoráveis contra 22 contrários na tarde da última quarta-feira (5). A sessão durou mais de sete horas e foi marcada por situações inusitadas como a inversão de papéis entre base e oposição no momento de obstrução da pauta; uma troca de empurrões entre deputados; e com a validade do voto definitivo para a aprovação do texto feita através de análises das câmeras da Assembleia.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.