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PBH encaminha projeto que cria incentivos fiscais para requalificação do Centro

A proposta, enviada para a Câmara Municipal, prevê que as requalificações do espaço urbano poderão combater a estagnação imobiliária

O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), encaminhou à Câmara Municipal (CMBH) um Projeto de Lei (PL) que cria incentivos fiscais para a requalificação e dinamização de bairros centrais da capital — Carlos Prates, Concórdia, Lagoinha, Floresta, Santa Efigênia, Centro, Barro Preto, Colégio Batista, Boa Viagem e Bonfim.

O texto, que começou a tramitar nesta quinta-feira (6), justifica que o programa de modernização é necessário para resolver problemas estruturais, como a alta presença de galpões — cerca de 1.883 — e a concentração de população em situação de vulnerabilidade social.

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A estagnação imobiliária também é apontada como um ponto crítico. Segundo o Executivo, das 243 mil transações imobiliárias registradas na última década, apenas 1,2% ocorreram na área do perímetro incentivado — cerca de 3 mil transações.

A baixa dinâmica é refletida na arrecadação do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que vem diminuindo. Em 2025, foram registradas apenas 35 transações, gerando R$ 1,13 milhão. Historicamente, o volume de operações na região é muito baixo, o que resulta em uma arrecadação reduzida.

Incentivos fiscais

A prefeitura prevê que as requalificações do espaço urbano possam combater a estagnação por meio de incentivos fiscais e urbanos.

O projeto define seis grupos de empreendimentos que poderão receber os benefícios: construções de moradias sociais, finalização de obras abandonadas, substituição de estacionamentos caracterizados como imóveis subutilizados, substituição de galpões, novas edificações em áreas específicas dos bairros e o chamado retrofit.

O programa prevê isenção do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) durante o período das obras e também remissão das dívidas do imposto para imóveis em más condições.

O PL ainda estabelece isenção de dez anos para projetos de moradias sociais.

A proposta projeta que, considerando um cenário de apenas 30% do potencial de transformação, o programa pode gerar um aumento significativo na arrecadação anual de IPTU, com potencial adicional de R$ 47 milhões por ano.

O líder de governo na Câmara, Bruno Miranda (PDT), afirmou que a prefeitura quer que as pessoas “voltem a habitar a região central de Belo Horizonte”. “Através dos incentivos fiscais, poderá haver possibilidade de reforma, requalificação de edifícios e novas construções também”, disse à rádio Itatiaia.

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.