Além das tradicionais trocas de farpas, os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte aproveitaram o primeiro debate eleitoral, nesta quinta-feira (8), para apresentar ao eleitorado propostas sobre a ocupação da cidade. Renovação do Centro da capital e melhorias nas condições de moradia foram os pontos mais citados pelos postulantes ao Executivo municipal.
Atual presidente da Câmara, Gabriel Azevedo afirmou que sua proposta para a capital mineira se baseia em três Ts: “teto, trabalho e transporte”. O candidato disse que vai incentivar a ocupação da cidade e evitar com que os moradores saiam de BH por falta de estrutura.
‘O último plano diretor aprovado na Câmara não contou com meu voto porque havia um instrumento para expulsar as pessoas de Belo Horizonte. Quando você dificulta a vida de quem constrói aqui, essa construção vai para as cidades da Grande BH. O empresário continua rico e o mais pobre vai pagar aluguel mais caro, ter dificuldade de comprar apartamento e morar na borda. Quando essas pessoas vão morar na região metropolitana, o trânsito acontece em BH’.
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Retrofit na Guaicurus
Já Carlos Viana propôs que os órgãos da prefeitura ocupem prédios vazios na região Central da capital mineira, como o antigo edifício da Engenharia da UFMG. O candidato também falou sobre a possibilidade de realizar o ‘retrofit’ na rua dos Guaicurus, via conhecida pelas tradicionais casas de prostituição.
‘Flexibilizar o Centro da capital. Nós vamos reocupar os prédios. Pegar o centro administrativo da prefeitura e levar para a Praça da Estação. Temos um prédio da Engenharia parado que a União quer doar enquanto pagamos aluguel altíssimo no centro. Reocupar a praça da Estação, entregar para a cidade toda aquela área da Guaicurus, um retrofit. Incentivar as pessoas a ocupar BH para trazer nova fonte de renda. Transformar empresário em parceiro’, propôs.
Rogério Correa (PT) destacou um projeto que trata especialmente dos moradores em situação de rua em Belo Horizonte: ‘Nós temos um programa que chama Ruas Visíveis, que vai reunir a moradia como proposta para esses que estão sem residência com a abordagem da assistência social, depois a saúde, educação, trabalho e do emprego, tudo de forma multidisciplinar’.
Engler criticou a condução da prefeitura na despoluição da Lagoa da Pampulha. “A lagoa parece ser um problema sem solução. Nos últimos 20 anos foram gastos R$ 1.4 bilhão na lagoa. Há uma empresa que cuida da limpeza da Lagoa desde 2015 e ela continua suja, cheirando mal. Por que o candidato renovou o contrato com essa empresa sem licitação e sem concorrência por 22 milhões de reais?”, questionou. “A gente tem nariz para sentir o cheiro da Lagoa da Pampulha”, criticou Engler.
Fuad Noman rebateu dizendo que ‘quem suja a lagoa não é a prefeitura de BH, é responsabilidade da Copasa. Tanto que o que está sendo feito na lagoa tem reconhecimento da Unesco. Nós recebemos uma carta da Unesco, que fazia monitoramento anual, e passou a fazer a cada 6 anos, pois agora a Lagoa é de classe 3”, defendeu o prefeito, que também destacou que todos os contratos foram aprovados pelo Ministério Público: “você acha que vou contra determinação do MP? Você acha que sou idiota?”, exaltou-se o prefeito.