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Debate da Band: candidatos em BH têm embate sobre dinheiro para metrô, transporte e saúde

Sete candidatos discutiram propostas na noite desta quinta-feira (8) na Band Minas

Sete candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte se encontraram, pela primeira vez, na noite desta quinta-feira (8), no debate organizado pela Band Minas.

Bruno Engler (PL), Carlos Viana (Podemos), Duda Salabert (PDT), Fuad Noman (PSD), Gabriel Azevedo (MDB), Mauro Tramonte (Republicanos) e Rogério Correia (PT) participaram do programa, na sede da emissora, na região oeste de BH.

Confira os destaques:

O debate começou com Duda Salabert questionando Bruno Engler sobre negacionismo e crise climática. A pedetista afirmou, de saída, que no PL há “negacionistas climáticos e terraplanistas” e que Engler, na pandemia, “apresentou projeto contra uso de máscara e obrigatoriedade de vacina”. Engler rebateu as acusações afirmando que tem o cartão de vacina completo, e que vai aprimorar os investimentos no combate a enchentes.

Bruno Engler negou que seu partido tenha “negacionistas”, afirmou que é a favor de ‘todas as vacinas antigas e conhecidas’ e defendeu o uso de tecnologias inovadoras para evitar novas tragédias por conta das fortes chuvas em Belo Horizonte:

‘Investimentos estão sendo feitos, mas é preciso aprimorar. Trazer BH para o século XXI. Vamos adotar o asfalto permeável, para diminuir a velocidade da água até ela cair nas bacias hidrográficas. Precisamos, sim, trabalhar a questão dos piscinões, mas buscar novas soluções tecnológicas para a capital’.

Duda rebateu. “Deputado, o senhor apresentou um conceito equivocado, porque a crise climática não se mostra somente em enchentes, mas também na escassez hídrica. Caso eleita, eu criarei o cargo de autoridade climática, que vai fazer uma política interseccional, com várias secretarias, a fim de fazer uma política climática para BH. Além disso, teremos um fundo municipal de perdas e danos para, caso aconteça uma tragédia climática, a cidade possa ajudar a população”.

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Saúde

Mauro Tramonte citou sua longa passagem pela TV aberta para basear sua afirmação de que o principal problema de Belo Horizonte é a saúde.

‘Em 16 anos de programa de TV, o que eu mais recebi foi reclamação de saúde. UPA lotada, falta de médico. Isso me deixa indignado. Pretendemos não deixar faltar médico em UPA de jeito nenhum. Vamos fazer convênios com cooperativas médicas e universidades de medicina para não faltar médicos. O problema é falta de médico, falta de carinho com o público e falta de humanidade, não vamos tolerar. A saúde está capenga, precisamos dar um ponto final nisso. Também não podemos esquecer que o médico está adoecendo’.

Gabriel x Fuad

Em seguida, Gabriel Azevedo (MDB) escolheu o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), e seu desafeto, como alvo.

“Eu sou um cara que ama essa cidade, sou apaixonado por BH. Estou espantado com essa cidade parada no tempo. A região metropolitana cresce, enquanto a nossa diminui. Outras capitais do Brasil estão dando exemplo de emprego e tecnologia. O senhor não tem nenhuma proposta para o desenvolvimento da cidade. A lei de liberdade econômica, que o Governo Federal criou, tá prontinha, e faz dois anos que a câmara ta pedindo para o senhor assinar e você não faz. Comigo essa lei vai ser implementada para facilitar a vida de quem tem assina carteira de trabalho e gera emprego. Vamos aprimorar o código de edificações e o código de posturas, para que diferentemente desse governo, quem tem um bar e queira gerar emprego não tenha suas mesas e cadeiras recolhidas.

Fuad Noman rebateu críticas de Gabriel Azevedo e apresentou índices de melhora para os belorizontinos.

‘BH em 2022 tinha 14,7% de desemprego, agora estamos com 6,7%. Tínhamos 4,7% no nível de pobreza, hoje é 1,7%. Estamos fazendo um grande trabalho para recuperar emprego e condição de vida. Investimos R$ 3 bilhões para a atividade crescer e ir bem. Fico espantado com as observações aqui, porque a prefeitura já vem fazendo tudo. Estamos trabalhando para melhorar a qualidade de vida da população. BH hoje é um grande canteiro de obras. Estamos até com dificuldade em arranjar gente para trabalhar. Eu quero reafirmar que nunca se fez tanta construção como se fez agora. A cidade está avançando, mas projetos que estão presos na Câmara acabam atrapalhando o trabalho’.

‘Máfia dos transportes’

Tramonte perguntou para a deputada Duda Salabert (PDT) o que ela propõe para melhorar o trânsito em BH.

“Nós temos um trânsito caótico e passagem cara. Eu preciso criar um novo contrato com as empresas de ônibus e com participação popular. Nós vamos conversar com os prefeitos da Grande BH para tirar do papel um sistema de mobilidade urbana”, apontou Duda.

Na réplica, Tramonte afirmou que os semáforos não conversam e atrapalham os motoristas. Segundo o apresentador de TV, 70 cidades já possuem sistemas inteligentes de sinais. “Isso tem que mudar. Belo Horizonte está parando no trânsito”.

“Existe em BH uma máfia do transporte público. BH tem a passagem mais cara do Brasil. Não podemos manter os erros passados de beneficiar apenas os empresários. Mas é preciso ter coragem pra desafiar a máfia do transporte público. E eu tenho coragem”.

Gabriel Azevedo também criticou o prefeito na condução do transporte e lembrou da CPI que investigou empresários do setor. “Esse vereador aqui brigou bastante para a situação nessa cidade mudar. Pela primeira vez alguém presidiu uma CPI na Câmara para sentar cara a cara com empresários de ônibus e mostrar o que tá errado. Briguei muito com o prefeito, que queria aumentar passagem”.

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“Economista do Paraguai”

Carlos Viana defendeu os investimentos em prol da população carente e chamou Fuad de “economista do Paraguai” para criticar a condução das contas públicas de Belo Horizonte.

‘Quero primeiro deixar uma informação importante sobre BH: todo mundo vai fazer promessa. Mas não temos como realizar nada enquanto não resolvermos o déficit. O Kalil prometeu um economista top e entregou um economista do Paraguai (Fuad). BH está no vermelho pela primeira vez em 20 anos, estamos devendo quase R$ 200 milhões. Tenho uma equipe econômica trabalhando com a Fiemg e Fecomércio. Vamos conversar com pequenos e grandes empresários, trazer BH novamente ao desenvolvimento. Queremos conversar com aqueles que querem fazer BH a crescer. O plano é um problema de cada vez”.

Viana ainda acusou Fuad de não buscar recursos.

“Em Brasília, raramente vejo o senhor (Fuad) levando projetos para buscar dinheiro, recurso federal. Ele deixou, depois de 20 anos, a cidade no vermelho. Disse que faria grande gestão e temos cidade que se esvazia. Investidores são tratados como inimigos. Temos que recuperar o Centro, levar a segurança da Guarda Municipal. O problema dos moradores de rua”.

Viana e Rogério discutem sobre o metrô

Rogério Correia discutiu com Carlos Viana sobre quem buscou recursos para o metrô da capital mineira.

O petista afirmou: “O metrô é algo fundamental. Eu só não concordo que foi você que arrumou o recurso, porque todos nós arrumamos. Ele foi aprovado no senado e também na câmara. São 2,8bi e mais 400 milhões que o Zema colocou, não do recurso do Estado, mas do crime da Vale em Brumadinho, e colocou aqui graças também à Assembleia Legislativa. A gente precisa estabelecer que essa linha 2 também funcione. Eu não vi a prefeitura e o estado irem conversar com as famílias na beira linha. Eles vão atrasar essa obra se o prefeito não ficar vivo”.

Rogério também afirmou, em diversos momentos, ser “o candidato do presidente Lula”, em uma tentativa de colar sua imagem à do petista.


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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
Graduado em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi estagiário, repórter e colunista por dois anos na Rede Minas. Atualmente faz parte da editoria de Política da Itatiaia na cobertura das Eleições 2024.
Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.
Enzo Menezes é chefe de reportagem do portal da Itatiaia. Formado em jornalismo pela Fumec, tem pós-graduação em Poder Legislativo e Políticas Públicas pela Escola do Legislativo da ALMG. Foi produtor e coordenador de produção da Record e repórter do R7 e de O Tempo
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