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Netanyahu rejeita Estado Palestino após declarações de Reino Unido, Canadá e Austrália

Reino Unido e Canadá foram os primeiros países do G7 a reconhecer; nos últimos meses, diversos países tradicionalmente aliados de Israel deram o passo simbólico

O discurso aparece como uma resposta ao reconhecimento oficial da soberania palestina por parte do Reino Unido, Canadá e Austrália

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu neste domingo (21) que nunca haverá um Estado palestino e que Israel ampliará seus assentamentos na Cisjordânia. O discurso aparece como uma resposta ao reconhecimento oficial da soberania palestina por parte do Reino Unido, Canadá e Austrália.

Nos últimos meses, diversos países tradicionalmente aliados de Israel deram o passo de reconhecer o Estado palestino. Reino Unido e Canadá foram os primeiros países do G7 a reconhecer o Estado palestino. Ao todo, quase 75% dos 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) reconhecem a soberania palestina.

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Outros países pretendem confirmar o reconhecimento formal da Palestina na segunda-feira (22), durante uma reunião da cúpula da ONU, co-presidida pela França e pela Arábia Saudita, à margem da Assembleia Geral da ONU.

O premiê israelense reagiu ao reconhecimento do Estado da Palestina pelos três países, oficializado neste domingo (21) — decisão considerada histórica, mas de caráter simbólico.

“Tenho uma mensagem clara para esses dirigentes que reconheceram um Estado palestino depois do horrendo massacre de 7 de outubro: vocês estão dando uma enorme recompensa ao terrorismo”, afirmou Netanyahu em declarações emitidas por seu gabinete.

“E tenho outra mensagem para vocês: isso não acontecerá. Não será estabelecido nenhum Estado palestino a oeste do rio Jordão”, acrescentou.

Portugal também reconheceu o Estado Palestino

Portugal reconheceu o Estado palestino, anunciou, neste domingo (21), o ministro das Relações Exteriores Paulo Rangel.

“O reconhecimento do Estado da Palestina é, portanto, o cumprimento de uma política fundamental, coerente e amplamente consensual”, declarou Rangel a jornalistas em Nova York antes da Assembleia Geral da ONU, que começa na segunda-feira.

“Portugal defende a solução de dois Estados como o único caminho para uma paz justa e duradoura, que promova a convivência e as relações pacíficas entre Israel e Palestina”, acrescentou.

Ameaça à Cisjordânia

Netanyahu prometeu ampliar os assentamentos judaicos nos territórios ocupados da Cisjordânia. Em resposta ao anúncio das grandes potências, o ministro israelense da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, declarou que “o reconhecimento é uma recompensa aos terroristas assassinos e exige medidas imediatas: a rápida aplicação da soberania na Judeia e Samaria”, termo que designa a Cisjordânia.

Ben Gvir pertence ao partido Poder Judaico e pediu “o desmantelamento completo da Autoridade Palestina”.

Já o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, que também pediu reiteradamente a anexação da Cisjordânia, declarou que é necessário “eliminar permanentemente da agenda a insensatez de um Estado palestino”.

“Os dias em que o Reino Unido e outros países determinavam nosso futuro terminaram”, declarou na rede social X, que pertence à legenda de extrema direita Partido Sionista Religioso.

Guerra em Gaza

Israel iniciou na última terça-feira (16) uma ampla ofensiva militar terrestre e aérea para tomar a Cidade de Gaza. Na terça-feira, uma comissão de investigação independente da ONU concluiu que Israel comete genocídio contra os palestinos em Gaza, o que o governo israelense nega.

A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando milicianos islamitas mataram 1.219 pessoas, a maioria civis, em Israel, segundo dados oficiais.

A campanha de retaliação israelense matou mais de 65.200 palestinos na Faixa de Gaza, também em sua maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde do território - governado pelo Hamas -, que a ONU considera confiáveis.

*Com AFP

(Sob supervisão de Cândido Henrique Silva)

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas