O Projeto de Lei (PL) que pretende
proibir a veiculação de publicidade de apostas virtuais e jogos de azar — popularmente conhecidos como jogo do “
Tigrinho” — em espaços públicos, equipamentos urbanos e eventos em Belo Horizonte, recebeu sinal verde da Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) da Câmara Municipal (CMBH).
Nesta terça-feira (19), o texto recebeu parecer favorável do relator, vereador
Uner Augusto (PL). A proposta, assinada pelos parlamentares
Wagner Ferreira (PV),
Flávia Borja (DC),
José Ferreira (Podemos),
Edmar Branco (PCdoB),
Juhlia Santos (PSOL),
Lucas Ganem (Podemos) e
Luiza Dulci (PT), proíbe a propaganda das “bets” em outdoors, letreiros e produtos na capital mineira, além de impedir que a prefeitura celebre contratos com empresas de apostas.
O texto foi aprovado na Comissão por meio de um substitutivo apresentado pelo relator, que restringe a proibição apenas às casas de apostas consideradas ilegais — ou seja, aquelas que não seguem as normas estabelecidas pela Lei Federal nº 14.790/2023. Segundo o parecer do vereador, a alteração foi necessária para evitar que a proposta municipal entre em conflito com a legislação federal vigente.
A venda de
naming rights para empresas de bets — quando as instituições compram o direito de “rebatizar” um local, equipamento ou espaço — também ficaria vedada.
Especialista aponta que lei pode não caber ao município
Na época em que o projeto foi protocolado, no entanto, a advogada Isabella Damasceno, mestre em Direito Público, explicou à Itatiaia que as publicidades, sejam elas sobre apostas on-line ou não, são regulamentadas pelo
Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). Para ela, a proposta “ultrapassa os limites da competência legislativa” do município.
Mesmo com o sinal positivo da CLJ, o texto ainda precisa passar por outras comissões temáticas antes de ser votado em Plenário.