Justiça suspende benefícios de ex-presidente a Bolsonaro após ação de vereador de BH

Ação movida por Pedro Rousseff e deferida pela Justiça Federal calcula que benefícios concedidos a Bolsonaro por sua condição de ex-presidente custaram meio milhão só no primeiro semestre de 2025

Ação movida pelo vereador Pedro Rousseff (PT) pedia a suspensão de benefícios concedidos a Jair Bolsonaro (PL) pela condição de ex-presidente

A Justiça Federal decidiu, na noite da última terça-feira (9), suspender a disponibilização de benefícios concedidos a Jair Bolsonaro (PL) por sua condição de ex-presidente da República. A medida deferiu um pedido do vereador de Belo Horizonte, Pedro Rousseff (PT) que argumentou pelo fim de prerrogativas como uma equipe de assessores, segurança e veículos com motoristas a partir do fato de que o antigo ocupante do Palácio do Planalto está preso em regime fechado.

A decisão assinada pelo juiz federal substituto Pedro Pereira Pimenta, da 8ª Vara Federal Cível e JEF (Juizado Especial Federal) Adjunto de Belo Horizonte determina a suspensão imediata dos benefícios previstos na Lei 7.474/1986 e no Decreto 6.381/2008, que versa sobre os direitos concedidos a ex-presidentes.

Entre os benefícios suspensos estão a disponibilização de: quatro servidores para atividades de segurança e apoio; dois veículos oficiais com motoristas; dois assessores comissionados de nível DAS-5; despesas administrativas correlatas, como passagens, diárias, combustível e manutenção de veículos.

A decisão não detalha quanto cada serviço oferecido pela União custa aos cofres públicos, mas os gastos totais são apresentados por Pedro Rousseff em R$ 521 mil apenas no primeiro semestre deste ano. O vereador denunciante ainda aponta que, desde 2023, quando Bolsonaro deixou o Palácio do Planalto, os valores com benefícios já ultrapassaram a marca de R$ 1 milhão.

Bolsonaro está recluso desde 4 de agosto, quando teve sua prisão domiciliar decretada no processo sobre a atividade do deputado federal e filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos em campanha contra autoridades brasileiras. Por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a pena progrediu para o regime fechado em 22 de novembro diante de alegado risco de fuga e danificação da tornozeleira eletrônica que o monitorava.

Na semana seguinte, a primeira turma do STF acompanhou o relator e manteve a prisão preventiva. Em 25 de novembro, Bolsonaro começou a cumprir, em uma cela da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, sua pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Autor da decisão, Pedro Rousseff é vereador de Belo Horizonte em seu primeiro mandato. Sobrinho da ex-presidente Dilma Rousseff, ele se notabiliza por sua participação nas redes sociais com discussões de temas nacionais. O parlamentar é cotado para disputar uma vaga de deputado federal em 2026.

Leia também

Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.

Ouvindo...