Defesa de Zambelli acusa direita de omissão e vê alto risco de cassação da parlamentar

Advogado afirma que há ‘gente de olho’ no mandato e que a direita não se move para impedir a perda do mandato de Carla Zambelli

Deputada Carla Zambelli pode ter seu mandato cassado

O advogado da deputada feedral Carla Zambelli (PL–SP), Fábio Pagnozzi, afirmou que a defesa está “preocupada” com a votação do caso no plenário da Câmara e criticou a “omissão” de parlamentares de direita na articulação para tentar manter a deputada no mandato. A declaração foi feita após a confirmação de que o processo foi incluído na pauta, às vésperas do recesso.

Segundo Pagnozzi, a defesa acredita que a Comissão de Constituição e Justiça deve manter o relatório do deputado Diego Garcia, mas avalia que o cenário muda no plenário. Ele disse que a inclusão simultânea de outros parlamentares, como Eduardo Bolsonaro, Rodrigo Valadares (Ramagem) e Glauber Braga, cria um ambiente político de “medição de forças”.

“Se a direita quisesse realmente ajudar seus pares e a Carla Zambelli, teria maioria hoje pra mantê-la no cargo. Mas, devido aos acontecimentos no Brasil, a gente sabe que o STF, quando manda, infelizmente os deputados obedecem.” Pagnozzi afirmou que a defesa irá apresentar todos os recursos possíveis caso o plenário decida pela cassação.

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“A defesa não vai deixar de usar nenhum recurso disponível. Vamos estudar se há medidas no regimento para recorrer após eventual cassação, e vamos até o último recurso.” O advogado também disse que vê mais articulação em torno de Eduardo Bolsonaro do que de Zambelli.

“Sobre manter a Carla no cargo, não vejo articulação grande. Já para o Eduardo Bolsonaro há um movimento claro, inclusive pelo Ramagem. Me preocupo porque isso pode dar mais chance ao Eduardo continuar e, ao mesmo tempo, favorecer a saída da Carla.”

Pagnozzi ainda afirmou ter recebido informações de que “há pessoas de olho” na vaga de Zambelli caso a cassação seja confirmada.

A deputada deixou o Brasil em maio, às vésperas da decisão sobre seu caso, viajando para a Itália, onde tem cidadania. Lá, acabou presa e segue detida aguardando decisão sobre pedido de extradição apresentado pelo governo brasileiro. Ela foi condenada em ação criminal no Supremo Tribunal Federal, o que motivou o processo de perda de mandato.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.

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