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Projeto de transferência da UEMG para o governo federal não será prioridade da ALMG

Na próxima semana, conforme anunciado pelo presidente da ALMG, a Casa Legislativa irá retomar a discussão de projetos do chamado “pacote Propag”

O texto, que entrega a gestão da Universidade para o governo federal, deve ficar na geladeira por mais um tempo

O Projeto de Lei (PL) 3.738/2025, que autoriza o governo de Romeu Zema (Novo) a transferir para a União a gestão da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), não será prioridade da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) neste momento.

O presidente do Poder Legislativo, deputado Tadeu Leite (MDB), anunciou nesta quarta-feira (3) a retomada das discussões dos textos do chamado “Pacote Propag”, composto por doze projetos e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que viabilizam a adesão de Minas ao Programa de Pagamento da Dívida dos Estados com a União (Propag), a partir da próxima semana.

A proposta que permite a federalização da Universidade, como forma de amortecer a dívida bilionária com a União, no entanto, não entrará na pauta por ora, conforme anunciado por Tadeuzinho.

A intenção do governador Zema, além de entregar a gestão da instituição ao governo Lula (PT), seria também transferir imóveis da UEMG para a União, incluindo bens das unidades de Janaúba, Januária, Montes Claros, entre outros municípios.

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A transferência de gestão — e de imóveis — é, no entanto, malvista pela comunidade acadêmica. Em maio, um protesto organizado por sindicatos e movimentos estudantis reuniu centenas de pessoas na Assembleia, manifestando-se contra a federalização da instituição estadual.

Confira vídeo:

O texto, que também não é consenso entre os deputados da base e da oposição ao governador, já recebeu diversas moções de repúdio e pedidos para que seja retirado de pauta, incluindo ofícios enviados pelas câmaras municipais de Carangola, Cataguases, Frutal, Belo Horizonte, João Monlevade, Passos e Martinho Campos.

A Universidade foi criada em 1989 e está presente em dezenove municípios mineiros. São cerca de 21 mil alunos matriculados em 141 cursos de graduação em Belo Horizonte e em outras dezoito cidades de Minas.

Segundo o presidente da Casa, na próxima semana, o projeto que trata dos 343 imóveis que o governo estadual deseja entregar à União — incluindo os que pertencem à UEMG — voltará a tramitar. A PEC que autoriza o fim do referendo popular para a desestatização de estatais também entrará na pauta, mas apenas em relação à Copasa.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.