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Professores da rede municipal de BH vão continuar em greve por tempo indeterminado

Em assembleia nesta terça-feira, a categoria espera que com o retorno do prefeito Álvaro Damião, as negociações avancem até a próxima semana

A categoria reivindica melhorias salariais.

Os professores da rede municipal de educação de Belo Horizonte optaram, nesta terça-feira (17), pela continuidade da greve, que teve início no dia 6 de junho, por tempo indeterminado.

Os servidores rejeitam a proposta de reajuste de 2,49% proposto pela prefeitura — percentual que está abaixo da inflação do Piso Nacional do Magistério, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-REDE/BH).

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Com a manutenção da greve, a categoria agora espera conversar com o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) para negociar o retorno das atividades nas escolas municipais.

Para Pedro Valadares, um dos diretores do Sind-Rede/BH, a viagem do prefeito ao exterior dificultou o avanço das negociações entre as partes e impediu um acordo. “Lamentamos que ele tenha ido para Israel e deixado uma situação de conflito sem resolução. Esperamos que ele retorne bem, com saúde, e que possa abrir negociações com a educação”, afirmou à Itatiaia.

Damião viajou a Israel a convite do governo israelense para conhecer tecnologias de defesa e segurança pública. Neste período, quem ficou à frente da prefeitura foi o presidente da Câmara Municipal, vereador Juliano Lopes (Podemos).

A categoria irá fazer uma nova assembleia na próxima terça-feira (24), às 9h. “Esperamos que o prefeito marque uma reunião de negociação com o sindicato para que na terça-feira possamos dar uma boa notícia”, disse Valadares.

PBH quer dialogar com professores

Em entrevista à Itatiaia, o secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão de Belo Horizonte, Bruno Passeli, afirmou que a prefeitura está disposta a sentar e negociar com os professores, mas afirmou que, no momento, não é possível conceder um reajuste maior do que os 2,49%.

Passeli disse que o município já realizou reuniões anteriores com os sindicatos — não apenas com os dos professores, mas também com os de outras carreiras da PBH. “Existe uma dificuldade na comunicação com os professores. Se a categoria entender nossos cálculos, perceberá que o salário tem sido reajustado nos últimos dois, três anos (desde o início da gestão Fuad Noman) acima da inflação”, declarou para a reportagem.

De acordo com ele, o reajuste de 2,49%, oferecido pela prefeitura, corresponde aos meses de janeiro, fevereiro, março e abril. A administração municipal explica que, como a data-base de negociação é em maio, o restante de 2025, assim como os quatro primeiros meses de 2026, será negociado no próximo ano. “Não há maldade por parte da prefeitura, como vêm propagando. Queremos resolver o problema, estamos abertos ao diálogo, mas temos um limite financeiro e orçamentário. Não temos como conceder mais do que 2,49% neste ano, mas podemos sentar e conversar sobre o que é possível avançar em 2026”, afirmou.

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.
Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.