Enquanto professores da rede municipal de ensino de Belo Horizonte fazem
Questionado sobre o assunto após uma entrevista coletiva na PBH sobre o balanço do Carnaval, o prefeito Fuad Noman (PSD) disse não entender o que está acontecendo e ressaltou que, das 14 categorias de servidores municipais, apenas os trabalhadores representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-REDE/BH) não aceitaram a proposta do Executivo municipal.
“Belo Horizonte tem 14 categorias, 13 já foram acordadas desde outubro do ano passado, só os professores não aceitaram discutir. Nós já fizemos quatro propostas para os professores, eles não apresentaram nenhuma contraproposta. Não é possível que a gente tenha um tratamento para 13 categorias, médicos, assistentes sociais, enfermeiros, e tenha que tratar o pessoal da educação de forma diferenciada”, afirmou o prefeito.
“O nosso piso é maior que o piso nacional. Estamos dando um aumento para eles de toda a correção [inflacionária], de 2017 para cá. Ou seja, não entendo o que está acontecendo”, afirmou.
Já o secretário de Planejamento, André Reis, deu a entender que a prefeitura não poderia apresentar uma proposta diferente aos professores municipais.
“Do ponto de vista financeiro, eu não posso desrespeitar as outras 13 categorias da prefeitura, com quem a gente conversou, negociou e recuperamos a inflação do período de 2017 para cá", afirmou.
Uma das representantes do Sind-REDE, Carolina Andrade, que também é professora do ensino infantil, disse que a prefeitura recebeu uma comissão dos professores, mas que não houve avanços na pauta.
“O governo bate nessa tecla de que não há como avançar, que todo o esforço econômico e financeiro foi feito, mas, além disso, a gente tem outras pautas, que não são necessariamente financeiras e que na campanha [salarial] de 2023, a prefeitura assegurou que iria conversar com a gente. Além disso, a educação tem verba própria, específica para o reajuste salarial, que é o piso salarial. O índice foi divulgado em fevereiro e a prefeitura diz que o reajuste tem que ser único para todas as categorias. Mas a educação tem o Fundeb, que é uma verba específica para valorização do professor”, afirmou à Itatiaia.
Greve mantida
O Sind-REDE/BH decidiu manter o calendário de greve, mesmo com uma decisão judicial contrária. Em um comunicado divulgado neste domingo (18), o sindicato criticou o prefeito Fuad Noman, a quem chamou de “covarde” por ter judicializado a questão.
“O Departamento Jurídico já está analisando o processo e entrará com recurso, e como não existem irregularidades na nossa greve, acreditamos que poderá ser revertido. Essa liminar se restringe à greve dos trabalhadores concursados. Não se aplica aos trabalhadores terceirizados”, informou em comunicado.
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