No STF, Moraes exibe vídeo de Bolsonaro e questiona: ‘isso não é ameaça?’

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, exibiu um vídeo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira (11). No plenário da Corte, o relator do caso que apura a participação de oito réus na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 interrompeu a leitura do voto da ministra Cármen Lúcia para questionar se falas ditas por Bolsonaro não seriam “ameaças”.

No conteúdo apresentado por Moraes, o ex-presidente aparece em cima de um trio elétrico durante uma manifestação na avenida Paulista, em São Paulo. No vídeo, Bolsonaro afirma que há um ministro no Supremo — referindo-se a Moraes — que “ousa” continuar fazendo o que seu grupo político não “admite”. “Ou esse ministro se enquadra, ou ele pede para sair”, declara o ex-presidente.

Bolsonaro segue dizendo que “não se pode admitir que uma pessoa turve a democracia e ameace a liberdade”. Ele também se dirige diretamente a Moraes, afirmando que ainda há tempo para “se redimir e arquivar os inquéritos”, pedindo que ele deixe “de ser canalha”.

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Após a exibição do vídeo no Supremo, Moraes perguntou, de forma retórica, aos demais ministros se as falas de Bolsonaro não deveriam ser consideradas criminosas.

Voto decisivo de Cármen Lúcia

Com Flávio Dino e Alexandre de Moraes votando pela condenação dos réus por todos os crimes, o voto da ministra Cármen Lúcia ganhou peso decisivo, já que o ministro Luiz Fux isentou parte dos acusados, condenando parcialmente apenas o tenente-coronel Mauro Cid e Walter Braga Netto (PL), candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

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