O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna a Belém nesta quarta-feira (19) para atuar na reta final da COP 30, prevista para terminar na sexta-feira (21). A presença do presidente ocorre em meio a impasses na elaboração do texto final da conferência e após o anúncio, pelo governo, de um pacote de 20 avanços em processos de demarcação de Terras Indígenas.
Lula deve chegar à capital paraense por volta das 10h30 e terá uma agenda intensa com representantes de blocos como União Europeia, Grupo Africano e Grupo Árabe, além de encontros com movimentos da sociedade civil, lideranças indígenas, governadores e prefeitos. Ele também deve se reunir com o secretário-geral da ONU, em um esforço para fortalecer a governança climática e o multilateralismo. O retorno foi confirmado em mensagem lida pela ministra Marina Silva na Cúpula dos Povos.
O pacote anunciado na véspera da chegada de Lula ao Pará inclui quatro homologações, dez portarias declaratórias e seis relatórios de identificação aprovados pela Funai. O governo afirma que a medida reforça a proteção das florestas e responde a
Pressão para destravar negociações
A chegada de Lula ocorre em um momento de forte tensão entre países. Os principais entraves nas negociações envolvem financiamento climático, metas de redução de emissões, transparência de dados e o pacote de adaptação.
Nesta quarta-feira, a presidência brasileira da conferência também pretende iniciar a discussão do chamado “Pacote de Belém”, o documento final da COP 30, após apresentar um primeiro rascunho às delegações.
O governo brasileiro espera que a presença de Lula ajude a superar a falta de consenso que marcou a primeira semana de debates, marcada por textos travados e tensões entre países ricos e emergentes. Com a chegada de ministros do Meio Ambiente e do Clima de diversos países, a conferência entra em fase política, deixando em segundo plano as negociações técnicas.
Mapa para o fim dos combustíveis fósseis
Lula tenta ainda fortalecer sua proposta de incluir, na declaração final, a construção de um “mapa do caminho” para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis - tema considerado um dos mais controversos da COP. O Brasil defende uma transição “justa”, especialmente para países dependentes da renda energética.
A expectativa é de que a presença do alto escalão internacional, somada ao protagonismo do Brasil na condução da conferência, possa destravar as conversas.