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No julgamento de Bolsonaro, Fux já fala por quase o dobro do tempo de Moraes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a leitura do voto às 9h14 desta quarta-feira (10)

Luiz Fux, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), já lê o voto — do julgamento que apura a participação de oito réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições em 2022 — por mais de oito horas.

No meio da tarde desta quarta-feira (10), o magistrado, que deu início a leitura do voto às 9h14, já havia superado o tempo de argumentação oral do relator do caso, Alexandre de Moraes, que gastou quatro horas e cinquenta minutos para votar pela condenação de todos os réus, acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrarem o chamado “núcleo crucial” da trama golpista.

Até agora, Fux divergiu dos demais magistrados que já votaram, Flávio Dino e Moraes, concordando apenas na condenação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, pela tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Mesmo faltando os votos dos ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, com o voto de Fux, a Primeira Turma já conseguiu maioria, por três votos, pela condenação do tenente-coronel.

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Com os votos pela condenação dos réus, até agora, de Dino e Moraes, a PGR precisa de apenas mais um voto para assegurar a condenação dos acusados.

Após o pedido de Moraes, o presidente da Primeira Turma, Zanin, autorizou a marcação de uma sessão extra para o voto dos ministros na quinta-feira (11). A expectativa é que o resultado pela absolvição ou condenação do ex-presidente e aliados saia ainda na sexta-feira (12).

Além de Bolsonaro, são réus no Supremo:

  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
  • Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Bolsonaro;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro;
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa.

Por quais crimes os réus são acusados?

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e ameaça grave;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

A exceção fica por conta do deputado federal Alexandre Ramagem. No início de maio, a Câmara dos Deputados aprovou um pedido de suspensão da ação penal contra o parlamentar. Com isso, ele responde somente aos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

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Jornalista formada pela UFMG, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já atuou na produção de programas da grade, na apuração e na reportagem da Central de Trânsito Itatiaia Emive. Atualmente, contribui como repórter na editoria de política.
Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.
Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.
Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.