Sóstenes diz que dinheiro apreendido pela PF veio da venda de imóvel em MG

Líder do PL afirma que R$ 400 mil apreendidos em imóvel em Brasília são fruto de negócio lícito e nega irregularidades

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante

O deputado federal e líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou nesta sexta-feira (19) que os cerca de R$ 400 mil em espécie apreendidos pela Polícia Federal em um endereço dele têm origem lícita e são resultado da venda de um imóvel em Minas Gerais.

Sóstenes foi alvo de busca e apreensão na Operação Galho Fraco, que investiga o desvio de recursos públicos ligados às cotas parlamentares. A ação também teve como alvo o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).

Em declaração a jornalistas, Sóstenes disse que o valor estava lacrado e identificado, o que, segundo ele, comprovaria a legalidade dos recursos.

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“Aprendam uma coisa: dinheiro de corrupção não aparece lacrado, identificado e recolhido oficialmente na sua residência. Quem quer viver de corrupção, bota em outro lugar. Vendi um imóvel, o imóvel me foi pago com dinheiro lícito, está lacrado, tem a origem, então não tenho nada a temer”, afirmou.

O deputado disse que comprou o imóvel após 2022 e que o vendeu recentemente, recebendo o pagamento em dinheiro vivo. Questionado sobre quem adquiriu o imóvel, Sóstenes afirmou que não informaria a identidade do comprador. Segundo ele, o valor ainda não havia sido depositado em banco por causa da agenda de compromissos parlamentares.

Além do dinheiro, a Polícia Federal também apreendeu celulares dos deputados durante a operação. Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.

Sóstenes atribuiu a operação a uma suposta retaliação política por sua atuação na CPMI do INSS e pela defesa da convocação de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Quero reiterar: desafio aqui o presidente Lula a trazer o Lulinha, botar a Câmara para olhar nas câmeras e explicar ao povo brasileiro como eu estou fazendo. Quem não deve não teme”, disse.

Alvo da PF

A Operação Galho Fraco é um desdobramento de uma investigação iniciada em dezembro de 2024, que apura suspeitas de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na fase anterior, assessores dos deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy já haviam sido alvo da Operação Rent a Car, que investigou o uso irregular de recursos da cota parlamentar para pagamentos simulados.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio

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