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Dino afirma que não há possibilidade de anistia para crimes contra a democracia

O ministro é o segundo a votar no processo que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus por cinco crimes envolvendo a suposta trama golpista

Ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino afirmou, durante seu voto na Primeira Turma da Corte nesta terça-feira (9), que não há possibilidade de anistia para crimes contra o Estado Democrático de Direito e à ordem democrática. Dino citou a Constituição e precedentes do próprio Tribunal para justificar sua declaração. “Não é normal que a cada 20 anos, tenhamos eventos de tentativa ou de ruptura do tecido constitucional”, afirmou.

Ainda, ele avaliou que já houve “muitas anistias” no Brasil no passado, certas ou erradas, sem fazer juízo de valor. “Nós tivemos já muitas anistias no Brasil certas ou não, não nos cabe esse juízo. Não somos um tribunal da história, somos um tribunal do direito positivo aos fatos concretos e existentes. Mas é certo que jamais houve anistia feita em proveito dos autos do escalão do poder. Nunca a anistia se prestou a uma espécie de auto de quem exercia o poder dominante”, definiu.

Dino ainda proferiu, em seu voto, que o julgamento não é “das forças armadas”, e ressaltou o papel delas para a soberania nacional. “Lamentamos que haja pessoas que estão sujeitas a esse julgamento, mas não se cuida de um julgamento sobre as forças armadas, mas lembremos que a função preventiva geral do direito penal também insiste no caso”, destaca.

O ministro é o segundo a votar no processo que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus por cinco crimes envolvendo a suposta trama golpista que teria acontecido após as eleições de 2022. O primeiro a apresentar sua conclusão foi Alexandre de Moraes, relator do caso, que foi favorável à condenação de todos os acusados por todos os crimes.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.
Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.
Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio