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Nikolas, Engler e Cleitinho puxam coro de bolsonaristas mineiros em apoio a Fux

Parlamentares foram às redes sociais para corroborar entendimento do ministro sobre a nulidade do julgamento por tentativa de golpe de Estado

Voto de Fux foi celebrado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL)

O voto do ministro Luiz Fux no julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) deixou os apoiadores do ex-presidente em polvorosa na manhã desta quarta-feira (10). O ministro argumentou pela nulidade do processo ou, ao menos, que o chamado núcleo central da trama golpista seja levado ao plenário da Corte e apreciado por seus 11 componentes.

Nomes importantes do bolsonarismo em Minas Gerais como o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o deputado estadual Bruno Engler (PL) foram às redes sociais para repercutir as falas de Fux. Em Brasília, apoiadores do ex-presidente se mobilizam para uma manifestação em frente ao STF.

No X, antigo Twitter, Nikolas fez mais de uma dezena de publicações e compartilhamentos enquanto o ministro proferia seu voto. Em uma das postagens, o parlamentar corroborou a defesa feita pelo magistrado para que Bolsonaro seja julgado pelo plenário do Supremo e não pela primeira turma, como acontece desde a última semana.

“‘Ele é ex-presidente, mas Bolsonaro está sendo julgado como presidente. E portanto, deveria ir para plenário’. Fux lembrando o ÓBVIO para os lacaios de Lula” escreveu Nikolas.

O deputado também fez comentários irônicos acerca do voto de Fux, destoante dos dois primeiros ministros que se manifestaram no caso: Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Nikolas pediu para que a transmissão mostrasse o rosto do relator do caso durante o voto do magistrado que defendeu a incompetência do STF para analisar o caso.

Engler e Cleitinho elogiam Fux

O deputado estadual Bruno Engler exaltou as argumentações de Fux e disse que o ministro profere “uma verdadeira aula de constituição federal” ao analisar o caso em que Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Para corroborar a análise de Fux, Engler ainda afirmou que o magistrado é o único juiz de carreira da primeira turma. No entanto, Flavio Dino, que votou pela condenação de Bolsonaro e os demais sete réus do processo, também tem em seu currículo o cargo de juiz federal.

Enquanto Fux votava, Cleitinho se manifestou apenas por seu perfil no Instagram. Nos stories, o senador publicou a notícia de que o ministro pediu a nulidade do processo e comentou: “Urgente: Fux desmoralizando o STF”

Presidente do PL em Minas Gerais, o deputado Domingos Sávio foi ao X para dizer que o voto de Fux corrobora com a visão de juristas críticos à postura do STF no caso.

Moraes e Dino votaram pela condenação

Na sessão de terça-feira (9), o relator do caso, Alexandre de Moraes votou pela condenação dos réus. O voto foi seguido por Flavio Dino. A sequência do julgamento acontece na manhã desta quarta com o voto do ministro Luiz Fux.

Além de Bolsonaro, apontado por Moraes como o líder do núcleo, os magistrados apontaram culpa de Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência); Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional); Mauro Cid, ex-ajudante de ordens; Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa; e Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022.

O julgamento acontece na primeira turma do STF, formada ainda por Cármen Lúcia e Cristiano Zanin que votam, nesta ordem, após Fux.

Crimes em julgamento

Os réus respondem a cinco crimes na Suprema Corte. A lista é composta por:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e ameaça grave (com exceção de Ramagem);
  • Deterioração de patrimônio tombado (também com exceção de Ramagem).

* Ramagem não responde pelos dois últimos crimes devido a uma ação da Câmara dos Deputados. Em maio, a Casa aprovou uma suspensão da ação penal contra o parlamentar que o exime dos fatos ocorridos após sua diplomação no cargo de deputado federal.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio
Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.