Motta valida parecer que veta voto no exterior e medida pode atingir Ramagem

Presidente da Câmara dos Deputados acolheu parecer da Secretaria-Geral da Mesa que impede deputados no exterior de votarem em sessões deliberativas semipresenciais

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acolheu um parecer da Secretaria-Geral da Mesa que impede deputados no exterior, quando não estão em missão oficial, de votarem em sessões deliberativas semipresenciais, mesmo que estejam licenciados para tratamento de saúde.

A orientação foi formalizada após o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) registrar voto favorável ao projeto de lei antifacção na semana passada, apesar de estar em Miami, nos Estados Unidos. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe, Ramagem é considerado foragido.

Embora o parecer trate diretamente do caso, a expectativa é que o voto do parlamentar não seja anulado, apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. A justificativa é que Ramagem havia solicitado licença médica, o que habilita o voto remoto. No entanto, sua permanência no exterior só foi revelada posteriormente.

A Câmara afirma que a participação em votações a partir de outro país só é permitida quando o deputado está em missão oficial autorizada. Segundo o parecer, cabe à Presidência da Casa impedir o registro de presença e votos de parlamentares em situação irregular.

“Resta claro que a única hipótese de deputado federal participar de sessões e reuniões deliberativas estando no exterior é se estiver em missão oficial autorizada pela Câmara dos Deputados”, diz o texto.

O documento também reforça que deixar o País sem comunicar à Câmara caracteriza violação do regimento e impede o enquadramento em situações excepcionais previstas para o exercício da atividade parlamentar.

“A localização no exterior não é compatível com a prática de atos que demandem participação em sessão deliberativa, salvo na missão oficial autorizada. No presente caso, o deputado está em licença de tratamento de saúde, mas está no exterior; está no exterior, mas não está em missão oficial: logo, não pode participar das sessões, nem mesmo pelo aplicativo Infoleg”, afirma o parecer.

Ramagem deixou o Brasil após pedir licença médica, sem informar que viajaria para Miami. A partida ocorreu às vésperas da conclusão do processo em que foi condenado por participação na trama golpista do governo Jair Bolsonaro. Nesta terça-feira (25) o ministro Alexandre de Moraes determinou o cumprimento imediato da pena dos condenados, incluindo Ramagem e o ex-presidente Bolsonaro.

Na mesma decisão, Moraes enviou ofício a Motta solicitando que a Mesa da Câmara declare a perda de mandato do deputado. Questionado nesta terça, o presidente da Casa afirmou que aguarda o recebimento formal do pedido para analisá-lo.

* Informações com Estadão

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