A “Geração Z” — nascidos entre 1997 e 2012 — está aposentando o chamado “político analógico”, aquele que tem a TV, o rádio e o papel impresso como seus principais meios de se comunicar com seu público. Os dias atuais pedem velocidade, objetividade, críticas embasadas em dados e mais claras e diretas.
Nas redes sociais tudo acontece muito rápido e o acompanhamento é próximo, não só em relação ao mundo político, mas em todo tipo de relações interpessoais e estruturais. E quem não entende essa dinâmica, acaba ficando para trás, perdendo relevância.
Membros da Geração Z, que compõe cerca de 22% da população brasileira, buscam, nas redes, menos seriedade, mais autenticidade, espontaneidade e páginas voltadas ao entretenimento. Eles procuram essas características nos artistas, empresários, chefes de trabalho e até nos políticos que acompanham.
A Itatiaia foi às ruas para conversar com jovens que fazem parte da Geração Z, buscando entender esse novo momento. Afinal, 2026 é ano de eleição.
Larissa Souza faz parte da Geração Z e, segundo ela, a vida das pessoas está, praticamente, 98% no celular. Porém, ela não costuma decidir em quem votar por conteúdos de redes sociais.
“Conheço pessoas (que decidem), mas eu não. Busco mais no dia a dia”, afirmou.
Elton Batista, por sua vez, concorda que a publicidade das redes tem poder de influenciar a decisão das pessoas, desde a hora de comprar produtos, até a de votar.
“Infelizmente eu não procuro muito pesquisar e tal, então tudo que aparece é por telefone, né? Acaba que as propagandas acabam influenciando em voto”, ponderou ele.
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O celular é uma extensão do corpo das pessoas
A reportagem conversou, também, com o estrategista político e digital Zuza Nassif. Para ele, uma presença certa nas redes sociais ajuda a impulsionar marcas, artistas e até candidaturas políticas.
“A psicóloga Ana Beatriz Bauza tem uma fala que é muito interessante. Segundo ela, o celular, o meio digital, quando você tira das pessoas dessa geração, eles falam que se sentem amputados. Porque o celular hoje, ele é uma extensão do corpo das pessoas, porque é onde as pessoas vivem.
Não é mais um aparelho, é uma extensão onde se vive, se relaciona com amigos, vai em busca da paquera, faz compras. Então, neste sentido, elas começam a nichar as pessoas no que a gente chama de bolha, mas no marketing a gente chama de micro-segmentos. E esses micro-segmentos entregam conteúdo em formato de entretenimento”, começou Nassif.
E continuou:
“Então eu estou acostumado a ver as coisas mais descontraídas, onde, dentro da plataforma digital, eu sou ator, eu debato, eu discuto, mando meu comentário, falo na DM. Então eu sou um ativista, eu não sou aquele cara passivo esperando. Então, o ponto de partida da política é que esses políticos da geração X e Y foram acostumados com grandes comícios, a cabeça que a gente chama de cabeça analógica.
E o mundo digital requer agilidade de pensamento, e não significa que com isso são coisas rápidas, vídeos curtos, não. Significa interação, significa participação e construção em conjunto”, finalizou Nassif.