STF mantém prisão e cumprimento de pena de Bolsonaro e aliados por trama golpista

Os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin acompanharam integralmente o entendimento de Moraes, que é o relator do caso

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, por unanimidade, a prisão e a execução da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros seis aliados condenados no processo sobre a tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Nesta terça-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes declarou o trânsito em julgado da ação — isto é, encerrou definitivamente o processo, sem possibilidade de novos recursos — e determinou o início imediato do cumprimento das penas impostas pela Primeira Turma.

A decisão foi submetida ao plenário virtual da Turma para referendo. Os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin acompanharam integralmente o entendimento de Moraes, que é o relator do caso.

O julgamento começou às 18h desta terça e vai até às 18h desta quarta-feira (26). Como ocorre no plenário virtual, não há debate presencial: cada ministro apenas deposita seu voto no sistema eletrônico.

A Primeira Turma está temporariamente com quatro ministros porque Luiz Fux solicitou transferência para a Segunda Turma e não integra mais o colegiado.

Trânsito em julgado

Os réus tinham até a noite de segunda-feira (24) para apresentar os últimos recursos. Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Anderson Torres decidiram não recorrer, o que fez o processo transitar em julgado automaticamente.

Já Augusto Heleno, Almir Garnier, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira chegaram a apresentar recursos, mas Moraes considerou as manifestações “protelatórias”, entendendo que tinham apenas o objetivo de atrasar o fim da ação penal.

Com isso, o ministro determinou o trânsito em julgado para todos os condenados e ordenou a prisão imediata deles, para o cumprimento das penas impostas.

Condenações

Bolsonaro e outros sete aliados foram condenados em setembro pelo STF por tentativa de golpe. O ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, já havia tido seu trânsito em julgado declarado anteriormente, pois não apresentou recursos — ele recebeu a menor pena, de dois anos de prisão, por ter firmado acordo de delação premiada com o Supremo.

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Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.
Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.

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