Ramagem é considerado foragido, e Moraes determina providências da PF

Deputado federal condenado pela tentativa de golpe não está no país para cumprir a pena de 16 anos de prisão

Alexandre Ramagem, deputado federal pelo Partido Liberal e ex-diretor da Abin.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou oficialmente o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), um foragido da justiça, e determinou providências da Polícia Federal para que ele cumpra a pena por tentativa de golpe. O processo de Ramagem foi transitado em julgado nesta terça-feira (22).

Ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem foi condenado a 16 anos e 1 mês de prisão. Com o parlamentar nos Estados Unidos, a decisão de Moraes desta terça-feira não especifica em qual local ele deve cumprir a pena pela trama golpista.

“Considerando que o réu encontra-se foragido e fora do território nacional, DETERMINO a expedição do mandado de prisão e inserção no Banco Nacional do Monitoramento de Prisão (BNMP). OFICIE-SE à Polícia Federal para adoção das providências cabíveis”, escreveu Moraes.

De acordo com a Polícia Federal, Ramagem teria deixado o país por um país vizinho, após usar um carro particular em um estado da região Norte. O deputado estava proibido por Moraes de deixar o país e teve de entregar todos os passaportes.

A PF vai solicitar a inclusão do nome de Ramagem na Difusão Vermelha da Interpol. O parlamentar está em Miami, na Flórida. Se o pedido for aceito, o e deputado será considerado foragido internacional em 196 países.

Nas redes sociais, a esposa do deputado, Rebeca Ramagem, disse no domingo (23) que eles foram para os Estados Unidos a fim de “proteger a família” de uma “perseguição política desumana”. “Hoje, infelizmente, não encontramos no país a garantia de uma justiça imparcial. Somos vítimas de lawfare [uso estratégico do sistema jurídico como uma arma para prejudicar adversários políticos]”, disse.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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