A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (21) que vai
cumprir o prazo de 48 horas estabelecido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para esclarecer supostos descumprimentos de medidas cautelares e o risco de fuga apontado pela Polícia Federal (PF). O prazo se encerra na noite de sexta-feira (22).
A determinação de Moraes ocorre após a
PF indiciar Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação a autoridades responsáveis pela ação penal do golpe de Estado. O inquérito também aponta indícios de tentativa de abolição do Estado democrático de direito.
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Em nota à imprensa, os advogados do ex-presidente disseram ter recebido “com surpresa” a formalização do indiciamento e garantiram que Bolsonaro “jamais descumpriu” medidas cautelares impostas pelo STF.
No despacho em que cobra explicações, Moraes destacou a existência de um
rascunho de pedido de asilo político na Argentina, elaborado em fevereiro, dias após a operação de busca e apreensão contra Bolsonaro. Segundo o ministro, o documento indicaria “intenção de evasão do território nacional”.
Além do rascunho de asilo, as investigações revelaram conversas entre Eduardo Bolsonaro e o pai, nas quais o deputado teria dito que a real intenção da proposta de
anistia em debate no Congresso era inocentar o ex-presidente.
Também foram identificadas trocas de mensagens entre Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, uma das principais lideranças evangélicas do país e organizador de manifestações em apoio ao ex-presidente.
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Em um dos áudios,
Malafaia critica a postura de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e elogia o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que em entrevista disse não apoiar as medidas tarifárias do governo Donald Trump contra o Brasil.
Em outra gravação, Jair Bolsonaro aparece soluçando, afirmando que não pode se expor publicamente pelo risco de prisão e que mantém contato com autoridades norte-americanas.