A Polícia Federal afirma, em relatório que indiciou Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que o ex-presidente teria, em seu celular, um documento endereçado ao presidente da Argentina, Javier Milei, em que ele pede asilo político ao chefe de Estado latino-americano. Bolsonaro foi indiciado pela PF, junto ao seu filho nesta quarta-feira (20).
De acordo com a corporação, na primeira página do documento, que tem 33 laudas, Bolsonaro argumenta que é “um perseguido” por “motivos e por delitos essencialmente políticos”. O documento consta no indiciamento do ex-presidente por coação no curso do processo e por abolição violenta ao Estado Democrático de Direito.
A polícia argumenta que Bolsonaro e o filho, que está nos Estados Unidos, atuaram juntos contra integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) frente ao julgamento do ex-presidente no processo da trama golpista.
“De início, devo dizer que sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos. No âmbito de tal perseguição, recentemente, fui alvo de diversas medidas cautelares”, descreve Bolsonaro na carta.
A PF ressalta ainda que, cerca de dois meses antes da última edição do documento, o ex-presidente informou ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes que iria viajar à Argentina.
“Segundo a defesa de Jair Bolsonaro, o aviso ocorreu devido às diversas investigações nas quais o ex-presidente era alvo. Jair Bolsonaro esteve, então, presente na posse do atual mandatário argentino, em comitiva acompanhada por seu filho Eduardo Bolsonaro, dentre outros aliados”, diz a PF.
Leia a primeira e a última página do documento em posse de Jair Bolsonaro
“Os elementos informativos encontrados indicam, portanto, que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha em sua posse documento que viabilizaria sua evasão do Brasil em direção à República Argentina, notadamente após a deflagração de investigação pela Polícia Federal com a identificação de materialidade e autoridade delitiva quanto aos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito por organização criminosa”, diz a PF.
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