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Segundo relatório da Polícia Federal que traz a transcrição dos diálogos, em 7 de julho, Eduardo enviou mensagens ao pai “evidenciando que a real intenção dos investigados não seria uma anistia para os condenados pelos atos golpistas realizados no dia 8 de janeiro de 2023, mas sim interesses pessoais, no sentido de obter uma condição de impunidade de Jair Bolsonaro na ação penal em curso por tentativa de golpe de Estado”.
“Se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos EUA terá sido o post do Trump. Eles não irão mais ajudar. Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia OU enviar o pessoal que esteve num protesto que evoluiu para uma baderna para casa num semiaberto. Neste cenário vc: não teria mais amparo dos EUA, o que conseguimos a duras penas aqui, bem como estaria igualmente condenado final de agosto”, disse Eduardo.
“Eu acho que não vale a pena, mas te oriento a buscar conselho com outras pessoas. Tire do cálculo o apoio dos EUA, qual estratégia vc tem para atingir qual objetivo? É simples”. Em seguida, concluiu: dizendo que iria “acordar de olho nas redes do Trump, torcendo para (...) que ele já traga novidades sobre ações”.
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais.
As investigações, que apuraram ações de coação no curso da Ação Penal n° 2668, em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF) foram concluídas e o relatório final foi encaminhado ao STF, na última sexta-feira (15).
No relatório, a PF afirma que ambos têm atuado para obstruir o avanço da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, que tem Bolsonaro como principal réu.
Em uma das constatações, o documento cita que Eduardo usou as redes socias com conteúdos em inglês para “alcançar parcela do público exterior bem como interferir e embaraçar o regular andamento da AP 2668/DF e coagir autoridades públicas brasileiras”.