Com voto de Moraes, STF retoma julgamento de ‘kids pretos’ por tentativa de golpe

Análise, que ocorre na Primeira Turma, vai definir a participação dos dez réus, todos acusados de articular ações para viabilizar um golpe após as eleições de 2022

Julgamento da trama golpista na Primeira Turma do STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (9), a partir das 9h, o julgamento de dez acusados de integrar o núcleo 3 do processo que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A sessão será retomada com o voto do relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes. O rito dá início a fase final do julgamento, que caminha para o fim após as sustentações orais das defesas apresentadas na semana passada.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, abrirá a votação. Em seguida, votam Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino, último a se manifestar. A decisão será tomada por maioria simples.

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Quem são os réus

O núcleo 3 é formado por nove militares de alta patente e um agente da Polícia Federal, apontados pela Procuradoria-Geral da República como responsáveis por articular ações para concretizar um golpe de Estado e atacar o sistema eleitoral. Parte do grupo integra as chamadas Forças Especiais do Exército, conhecidas internamente como “kids pretos”.

Os réus são:

  • Bernardo Correa Netto, coronel do Exército;
  • Estevam Theophilo, general da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres;
  • Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército;
  • Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel e integrante dos “kids pretos”;
  • Márcio Nunes de Resende Júnior, coronel do Exército;
  • Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel e integrante dos “kids pretos”;
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel e integrante dos “kids pretos”;
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel do Exército;
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel;
  • Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal.

Acusações

Segundo a denúncia, o grupo participou de articulações para pressionar as Forças Armadas a aderirem à ruptura do regime democrático, além de tramar ações de desestabilização institucional. Parte dos militares é citada em delações que mencionam reuniões e documentos destinados a viabilizar um decreto que manteria Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral.

O julgamento segue o rito da Primeira Turma e pode resultar na condenação ou absolvição de cada réu individualmente. Em caso de condenação, os ministros devem definir as penas conforme o grau de participação de cada acusado. A decisão ainda pode ser contestada dentro do próprio STF.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio

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