Banco Central determina liquidação do Banco Master e afastamento dos administradores

Medida acontece um dia após anúncio de venda da instituição e em meio a prisão de Daniel Vorcaro, dono do Master

Banco Central do Brasil determinou o afastamento dos diretores do Banco Master

O Banco Master teve sua liquidação decretada pelo Banco Central do Brasil (BC) nesta terça-feira (18) e sua gestão foi colocada sob regime de administração especial temporária pelos próximos quatro meses. O anúncio acontece um dia após o Grupo Fictor apresentar uma proposta de compra da instituição financeira e de forma concomitante à prisão de Daniel Vorcaro, dono do Master.

A liquidação extrajudicial é um mecanismo adotado pelo Banco Central quando uma instituição financeira está em situação considerada irrecuperável. Neste caso, a EFB Regimes Especiais de Empresas foi designada como a liquidante pelo BC e fará a operação do Master de forma interina.

Os donos e gestores do Master foram afastados e seus bens ficam indisponíveis até a apuração de sua participação nos processos considerados responsáveis pela situação que motivou a liquidação do banco.

O Master entrou na mira da Polícia Federal por sua dificuldade em honrar compromissos e por falta de liquidez financeira. A empresa também estava no radar do mercado financeiro por falta de divulgação de balanços e por uma postura considerada agressiva na captação de recursos.

Em setembro, o Banco Central negou uma transação de R$ 2 bilhões em que o Banco de Brasília (BRB) compraria o Master. A decisão foi tomada na última etapa regulatória de um processo iniciado em março.

Prisão de Vorcaro

Daniel Vorcaro, dono do Master, foi preso na noite de segunda-feira (17) em São Paulo. Ele foi detido no âmbito da Operação Compliance Zero. Havia uma suspeita da Polícia Federal de que o banqueiro pudesse deixar o país para evitar uma eventual prisão.

A operação tem o objetivo de combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional (SFN). Ao todo foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.

Negociação com o grupo Fictor

Na véspera da liquidação, a Fictor Holding Financeira anunciou que injetaria R$ 3 bilhões no Master. A operação seria feita por um consórcio que contava ainda com investidores dos Emirados Árabes Unidos.

A operação, embora anunciada e celebrada por ambas as partes envolvidas na transação, ainda estava sujeita à aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.

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