Governo apresenta novo Plano de Cultura e defende modelo semelhante ao ‘SUS’

Plano estabelece diretrizes para os próximos dez anos e busca garantir acesso, diversidade e participação social na cultura

O presidente Lula, a primeira-dama Janja e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, durante cerimônia no Planalto nesta segunda-feira (17)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou nesta segunda-feira (17) ao Congresso o projeto de lei que institui o novo Plano Nacional de Cultura (PNC), em uma cerimônia no Palácio do Planalto. O texto estabelece as diretrizes para a formulação e a execução das políticas culturais no país pelos próximos 10 anos.

Segundo o governo, o objetivo “é garantir o fortalecimento do desenvolvimento cultural do país e a integração das ações do poder público para a valorização da diversidade étnica e regional, a produção, promoção e difusão de bens culturais, a defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro, e a democratização do acesso aos bens de cultura”.

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Durante a cerimônia, Lula também assinou o decreto que cria a CIT (Comissão Intergestores Tripartite), que funcionará como espaço permanente de diálogo entre União, Estados e municípios na implementação das políticas culturais. O texto da CIT estabelece princípios, objetivos e estratégias que passarão a nortear a política pública de cultura em todo o país, servindo como referência para ações governamentais em todos os níveis da administração pública.

“Hoje é um dia especial porque é a realização de um sonho que tenho há muito tempo, de transformar a cultura em um movimento efetivamente de base, em uma coisa popular”, afirmou o presidente. Lula defendeu a criação de “uma espécie de guerrilha democrática cultural nesse país”, destacando que as pessoas precisam ter liberdade para criar e incentivar a produção cultural em suas comunidades.

SUS da Cultura

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, lembrou que o modelo é semelhante ao Sistema Único de Saúde (SUS), que também tem as ações pactuadas de maneira federativa. “Será o nosso SUS da cultura, amarrando as responsabilidades das cidades, dos estados e do governo federal com o setor cultural. Essa articulação é muito importante, já necessária há muito tempo para que a gente consiga efetivar e materializar a força que tem a cultura brasileira”, disse.

Segundo a ministra, a proposta só ganha força porque é construída em rede. Ela destacou o papel dos agentes territoriais, dos comitês de cultura, dos pontos de cultura, dos conselhos participativos e dos institutos federais. “Fazemos isso com o apoio importante dessa rede de presentes aqui de todo canto do país [...] Porque é assim que aproximamos os territórios das comunidades de maneira democrática e inclusiva”, acrescentou.

O documento também detalha os direitos culturais, incluindo acesso universal à produção e fruição cultural, liberdade de expressão e criação, preservação da memória e do patrimônio, participação social, acessibilidade e proteção dos direitos autorais, garantindo remuneração justa aos criadores.

“O que estamos fazendo hoje, mandando essa lei para o Congresso Nacional, é dizer ao meu líder no Senado que, a partir de amanhã, vocês terão o trabalho de transformar definitivamente nossa política cultural, para que nenhum presidente, de qualquer partido que seja, possa um dia, outra vez, achar que pode proibir a cultura nesse país”, declarou Lula.

O texto ainda precisa passar pelo aval do Congresso.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.
Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio

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