COP 30 avança para segunda semana sem atingir meta de financiamento previsto

Com apenas 23% do valor necessário, bancos multilaterais são a única fonte relevante de recursos na Conferência em Belém

COP 30 termina no dia 21 de novembro e reúne 143 delegações dos 198 países signatários dos tratados internacionais

A segunda semana da COP 30 começou distante da meta financeira apresentada pela presidência brasileira. Até agora, os anúncios feitos somam US$ 300 bilhões. Apenas 23% do valor considerado necessário para a próxima década.

Sem acordo entre países ricos e pobres sobre financiamento climático, nenhum governo assinou compromissos financeiros em Belém. Por isso, os bancos multilaterais são hoje praticamente a única fonte expressiva de recursos.

Côrrea do Lago promete levar pleitos da Cúpula dos Povos à COP 30

Bancos dominam os anúncios de financiamento

Dez grandes bancos de desenvolvimento prometeram, juntos, o equivalente a R$ 1,6 trilhão até 2030, com apoio também do setor privado.

Desse total:

  • US$ 185 bilhões devem ir para países em desenvolvimento;
  • US$ 120 bilhões virão diretamente de dez bancos multilaterais;
  • US$ 65 bilhões serão captados com investidores privados.

Entre as instituições estão o Banco Mundial, BID, Banco dos Brics, Banco Europeu de Investimento e bancos de desenvolvimento da Ásia, África e infraestrutura.

Além disso, o grupo prevê US$ 115 bilhões para países ricos, sendo:

  • US$ 50 bilhões do caixa dos bancos, cerca de R$ 264.850 bilhões de reais;
  • US$ 65 bilhões do capital privado.

Capital privado e novos instrumentos financeiros

Para atrair dinheiro privado, os bancos multilaterais têm usado novos instrumentos financeiros, como:

  • títulos de dívida para adaptação climática;
  • certificados sustentáveis compatíveis com a Sharia;
  • garantias e mecanismos de mitigação de risco.

As instituições também destacaram que não basta ter recursos, é preciso direcioná-los. A recomendação é priorizar regiões e populações mais vulneráveis, como pequenos Estados insulares, entre eles, Maldivas e Tuvalu, que enfrentam ameaças do avanço do nível do mar.

(Sob supervisão de Alex Araújo)

Leia também

Izabella Gomes é estudante de Jornalismo na PUC Minas e estagiária na Itatiaia. Atua como repórter no jornalismo digital, com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo.

Ouvindo...