O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para 9 de dezembro o interrogatório do deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) no processo em que ele é acusado de facilitar o contrabando de madeira para exportação.
Salles, que foi ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro (PL), é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como integrante de um esquema dentro do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para liberar o contrabando de madeira extraída de forma ilegal.
Ao todo, outros 21 réus serão ouvidos entre os dias 9 e 12 de dezembro, incluindo servidores e ex-dirigentes do Ibama — entre eles o ex-presidente do órgão Eduardo Bim.
Segundo a denúncia, o grupo usava cargos públicos para praticar crimes como corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa, contrabando e organização criminosa.
“Servidores do Ibama, bem como ocupantes de postos de chefia e direção da autarquia ambiental, emitiriam certidões e ofícios em desacordo com as orientações técnicas da equipe da instituição, com o fito de liberar madeira apreendida nos Estados Unidos”, afirmou a PGR.
O caso chegou ao STF após uma notícia-crime apresentada em maio de 2020 por parlamentares da oposição.
Moraes inicialmente determinou o arquivamento por falta de elementos, mas o processo foi reaberto em 2021 após a Operação Akuanduba, da Polícia Federal, apontar novas provas relacionadas ao esquema.
Com as novas evidências, Moraes autorizou o desarquivamento e autorizou uma série de diligências solicitadas pela PF para aprofundar as investigações, que culminou na denúncia feita pela PGR.