Auditores-fiscais protestam contra secretário de Zema e cruzam os braços em Minas

Paralisação de três dias pode significar perda arrecadatória de R$ 2,4 bilhões segundo o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual (Sindifisco)

Servidores deixaram seus postos de trabalho vazios nesta segunda-feira (17). Paralisação segue na terça (18) e quarta-feira (19)

Os auditores-fiscais da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF-MG) decidiram paralisar seus trabalhos nesta semana em protesto contra o que a categoria trata como o ‘desmonte do fisco mineiro’. Nesta segunda-feira (17), os postos de trabalho ficaram vazios como forma de manifestação pelo estabelecimento de um plano de carreira para evitar a perda de profissionais para outros estados.

De acordo com o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG), a paralisação na semana pode render um ‘apagão’ de R$ 2,4 bilhões em arrecadação aos cofres do estado.

Matias Bakir, presidente do Sindifisco, reivindica um canal de diálogo com o secretário de Fazenda, Luiz Claudio Fernandes Lourenço. À Itatiaia, o auditor explicou a razão da paralisação temporária da categoria.

“No mês de junho foi foi assinado dirigido ao secretário da Fazenda um documento levantando diversas pendências, diversas demandas do grupo de chefias e até hoje o secretário nem resposta deu. Uma pasta que fica 90, 100 dias sem se reunir com seus superintendentes mostra um descaso muito grande. Chegamos a um ponto insustentável e a categoria decidiu ficar os três dias desta semana sem fazer nenhuma atividade de combate à sonegação, de atuação de controle fiscal para discutir as questões internas que nos afligem”, destacou.

A categoria questiona a redução do número de auditores de 2.100 para 1.467 em 2016. Mesmo com o corte nos quadros, em 2023, o fisco tinha uma defasagem de mais de 400 profissionais.

Um concurso foi feito para preencher as vagas, mas o Sindifisco aponta que mais de 100 dos 431 profissionais nomeados já deixaram o cargo para atuar em outros estados. Além disso, do quadro atual com cerca de 1.200 servidores, mais de 500 já estão na carreira a tempo suficiente para a aposentadoria e podem defasar a secretaria a qualquer momento.

Bakir afirma que estudos recentes levando em consideração a perda arrecadatória em períodos sem atividades de fiscalização é da casa dos R$ 750 milhões diários. A partir daí o sindicato calcula uma perda total na casa dos bilhões com a pauta de três dias nesta semana.

A reportagem procurou o Governo de Minas para um posicionamento sobre as reivindicações e a paralisação dos auditores. Até a última atualização desta matéria, não houve resposta.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.

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