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Itatiaia Agro apresenta série especial ‘Na rota e no rastro da sonegação’

Reportagem faz um raio-X dos prejuízos causados pela sonegação fiscal, o papel dos órgãos de fiscalização e a importância do auditor fiscal na preservação da legalidade

A sonegação fiscal é a prática de omitir ou falsificar informações com o objetivo de pagar menos impostos do que o devido — ou simplesmente não pagar. A série especial da Itatiaia Agro, intitulada “Na rota e no rastro da sonegação”, percorre, em oito episódios, os caminhos da ilegalidade e os impactos dessa prática na economia.

Com início em 7 de outubro e encerramento nesta quarta-feira (15), a série traz análises, entrevistas e exemplos que ajudam a entender por que o dinheiro desaparece e como isso afeta o país, os cidadãos e o setor produtivo.

1° episódio - A sonegação e os danos estruturais para o Brasil

O episódio de abertura destaca os danos que a sonegação traz para o país. O professor e advogado tributarista Flávio Bernardes explica que, quando uma empresa deixa de contribuir, o peso recai sobre quem paga corretamente.

“Se tem alguma fonte que deveria estar contribuindo e não está, outra vai acabar sendo penalizada com aumento de carga tributária. O cidadão e o setor empresarial acabam prejudicados”, afirma.

A reportagem também ouve Iago Las Casas, vendedor de produtos do agro, que enfrenta concorrência desleal de quem atua fora da legalidade.

2° episódio - O que o metanol na bebida nos ensina sobre sonegação e ilegalidade

O segundo episódio mostra que ilegalidade e sonegação andam lado a lado. A partir do caso das bebidas adulteradas com metanol vendidas ilegalmente em São Paulo, a reportagem revela como produtos fora da lei alimentam o ciclo da sonegação.

Representantes do setor da cachaça em Minas reforçam a importância da regularização e da legalidade, fundamentais para proteger o consumidor e garantir a arrecadação tributária.

3° episódio - O papel da Receita Estadual de Minas Gerais no combate à sonegação

O terceiro episódio mostra o trabalho da Receita Estadual de Minas Gerais — que vai da orientação aos contribuintes até ações de repressão contra o crime organizado.

Mas o episódio também faz um alerta: a redução de auditores fiscais e o fechamento de postos de fiscalização dificultam o combate às fraudes.

O presidente do Sindifisco-MG, Matias Bakir Faria, ressalta que o enfraquecimento das estruturas de controle favorece a evasão fiscal.

4° episódio - A regularização de um produto o afasta da ilegalidade e também da sonegação

A sonegação está presente em todos os setores da economia, inclusive no agronegócio. Empresas que operam à margem dos controles fiscais e sanitários colocam em risco a saúde dos cidadãos.

O secretário de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, Thales Fernandes, destaca que a formalização dos produtos é essencial. “A legalização contribui para a arrecadação de impostos e fortalece a fiscalização. O produto legalizado agrega valor e chega ao consumidor com garantia de qualidade”, disse.

5° episódio - Os desafios da fiscalização e o papel do cidadão

Este episódio alerta para os riscos enfrentados pelos auditores fiscais e reforça a importância das fiscalizações no combate às fraudes.

O superintendente de Fiscalização da Receita Estadual, Carlos Renato Machado Confar, lembra que cada cidadão tem papel fundamental: exigir nota fiscal e denunciar práticas suspeitas é uma forma direta de combater a sonegação.

6° episódio - O papel do auditor fiscal em meio à tecnologia e aos desafios éticos

A tecnologia transformou o trabalho do auditor, que hoje precisa dominar análise de dados e sistemas digitais. O auditor Lucas Rodrigues Espeschit, da Associação dos Funcionários Fiscais de Minas Gerais, explica que a autonomia técnica e funcional é essencial para garantir a independência da fiscalização.

O presidente do Sindifisco-MG, Matias Bakir Faria, reforça o aspecto ético da profissão:

“Num país onde muitos consideram esperto quem sonega, o auditor enfrenta o desafio de exercer sua função com ética e independência.”

7° episódio - A sonegação fiscal e a complexidade do sistema tributário brasileiro

O economista Jorge Ferreira do Santos Filho analisa o sistema tributário brasileiro e lembra que o país perde cerca de 5% do PIB com sonegação.

Segundo ele, a complexidade das leis favorece erros e dificulta a fiscalização, criando brechas para os sonegadores.

O episódio também discute o impacto da dívida de Minas Gerais com a União, tema que, embora não diretamente ligado à sonegação, influencia a pressão tributária sobre o estado.

8° episódio - Sonegar é crime: operações exigem tempo e estratégia

O episódio final reforça a gravidade da sonegação como crime.

O auditor fiscal da Receita Federal em Minas Gerais, Wagner Bittencourt de Souza, explica: “Quando alguém decide sonegar ‘só um pouco’, já atravessou a linha da legalidade. Dali em diante, passa a desrespeitar outras leis.”

A Receita Federal mantém operações contínuas de combate à sonegação em diversos setores — com destaque para o agronegócio, essencial à economia mineira.

A série encerra com uma reflexão: sonegar custa caro. Aprender sobre o tema é o primeiro passo para construir uma economia mais justa, ética e transparente.

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Fabiano Frade é jornalista na Itatiaia e integra a equipe de Agro. Na emissora cobre também as pautas de cidades, economia, comportamento, mobilidade urbana, dentre outros temas. Já passou por várias rádios, TV’s, além de agências de notícias e produtoras de conteúdo.