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Brasil projeta nova safra recorde de 354,7 milhões de toneladas de grãos em 2025/26

Volume representa um aumento de 0,8% em relação ao recorde anterior (2024/25), impulsionado pela expansão da área plantada

Soja, carro-chefe do agronegócio deve ter um aumento de 3,6% na área plantada

O agronegócio brasileiro inicia mais um ciclo de crescimento. O primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2025/26 projeta uma colheita recorde de 354,7 milhões de toneladas de grãos.

O volume representa um aumento de 0,8% em relação ao recorde anterior (2024/25) e será impulsionado pela expansão da área plantada, que deve crescer 3,3%, totalizando 84,4 milhões de hectares, segundo dados divulgados nesta terça-feira (14).

Destaques por Cultura

Soja e milho lideram o crescimento:

  • Soja: o carro-chefe do agronegócio deve ter um aumento de 3,6% na área plantada, atingindo 49,1 milhões de hectares. A colheita estimada é de 177,6 milhões de toneladas (ante 171,5 milhões na safra passada). As boas condições climáticas de setembro permitiram um início de plantio ligeiramente mais rápido que o ciclo anterior.
  • Milho: a área total de milho (somando as três safras) deve chegar a 22,7 milhões de hectares, com produção estimada em 138,6 milhões de toneladas. A primeira safra, em particular, deve crescer 6,1% na área semeada, com previsão de colher 25,6 milhões de toneladas.

Arroz e feijão:

  • Feijão: produção deve se manter próxima da estabilidade, com estimativa de 3 milhões de toneladas nas três safras. No entanto, o primeiro ciclo terá uma redução de 7,5% na área plantada.
  • Arroz: previsão é de redução na área plantada (-5,6%), resultando em uma colheita de 11,5 milhões de toneladas.

Trigo (culturas de inverno):

  • Colheita de trigo em 2025 deve totalizar 7,7 milhões de toneladas, uma queda de 2,4% em relação a 2024. A retração é reflexo de uma diminuição de 19,9% na área cultivada, devido a condições menos favoráveis no momento da implantação da cultura.

Exportações

As primeiras projeções da Conab para a safra 2025/26 apontam um incremento nas exportações de milho. Enquanto os embarques do grão do ciclo 2024/25 estão estimados em 40 milhões de toneladas, para a nova temporada a Conab prevê uma comercialização de 46,5 milhões de toneladas. Também é esperado um incremento no consumo interno, que passa de 90,5 milhões para 94,5 milhões de toneladas, impulsionado principalmente pela maior demanda de milho para produção de etanol. Ainda assim, a estimativa é que os estoques de passagem ao final da safra 2025/26 permaneçam próximos da estabilidade.

Para a soja, a previsão de redução nas exportações dos Estados Unidos e o aumento da procura global, aliados à expansão da produção brasileira, permitem prever um crescimento nas exportações brasileiras. Assim, o país deve manter-se, mais uma vez, como o maior exportador mundial da oleaginosa, podendo ultrapassar as 112,11 milhões de toneladas exportadas. Além disso, a previsão de aumento na mistura de biodiesel ao diesel e a crescente procura por proteína vegetal indicam que o volume de esmagamento de soja poderá atingir 59,56 milhões de toneladas em 2026.

No caso do arroz, mesmo com a redução na área semeada, há expectativa de manutenção de boa oferta do grão no mercado interno. Diante deste cenário, o país deverá ampliar o volume exportado do grão, alcançando 2,1 milhões de toneladas na safra 2025/26 frente a uma estimativa de embarque de 1,6 milhão de toneladas na safra 2024/25. Já as importações e o consumo no mercado doméstico deverão permanecer estáveis, em torno de 1,4 milhão de toneladas e 11 milhões de toneladas respectivamente. Com isso, para a safra 2025/26, a expectativa é de leve redução de 11,4% nos estoques de passagem, estimados em 1,82 milhão de toneladas em fevereiro de 2027, embora ainda em patamar elevado.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde