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Melhor que ração? estudo testa orégano e canela na dieta de tilápias em SP

Objetivo é desenvolver práticas de alimentação mais eficientes e saudáveis, contribuindo para um cultivo sustentável

Peixes foram monitorados de perto em tanques com um sistema de recirculação de água

Uma pesquisa do Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, investiga o potencial de temperos populares como o orégano e a canela para melhorar a saúde e o crescimento da tilápia-do-Nilo, uma das espécies de peixe mais cultivadas no país.

O mestrando Antonio Kida está à frente do estudo, que avalia como aditivos alimentares contendo óleos essenciais dessas plantas (respectivamente Origanum vulgare e Cinnamomum zeylanicum) influenciam o crescimento e a resposta metabólica dos peixes. O objetivo é desenvolver práticas de alimentação mais eficientes e saudáveis, contribuindo para um cultivo sustentável.

Experimento

O experimento é realizado no Laboratório de Fisiologia e Crescimento de Organismos Aquáticos do IP, em São Paulo. Foram preparadas quatro composições de ração distintas, cada uma com diferentes combinações dos óleos de orégano e canela, em um processo que garante a fácil alimentação e digestão pelas tilápias.

Durante três meses, os peixes foram monitorados de perto em tanques com um sistema de recirculação de água — um método que permite um controle rigoroso da qualidade ambiental (temperatura, oxigênio, pH e amônia). Três vezes ao dia, os animais receberam a ração balanceada, enquanto parâmetros como crescimento, peso, taxa de alimentação e sobrevivência eram acompanhados.

  • Medições Regulares: a cada 30 dias, uma parte dos peixes teve seu comprimento, altura e largura registrados. O ajuste na quantidade de ração, para garantir a nutrição ideal, foi feito a cada 15 dias.

Análise da saúde e metabolismo

Para entender o impacto dos óleos essenciais no organismo dos peixes, foram coletadas amostras de fígado, sangue e intestino.

O foco das análises é amplo: o fígado foi usado para verificar a presença de proteínas e antioxidantes, essenciais para a saúde geral. Já as amostras de sangue e intestino estão sendo analisadas para avaliar aspectos bioquímicos e estruturais, revelando como os óleos influenciam a digestão e o metabolismo.

Os dados estão agora sob análise estatística para identificar as diferenças significativas entre os tipos de ração. A expectativa é que o estudo de Antonio Kida forneça novas diretrizes para a indústria de aquicultura, comprovando o potencial dos óleos de orégano e canela como aliados no crescimento e na saúde das tilápias de forma sustentável.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde