A presidente da Codemge, Luisa Barreto, considera que “estimativas não técnicas” sobre o valor de estatais mineiras em processo de federalização com a União não contribuem para as negociações e podem prejudicar as conversas.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Itatiaia, na manhã desta quarta-feira (18), Barreto afirmou que o último processo de valoração da Codemge e da Codemig aconteceu em 2023, mas que o processo precisa ser atualizado para as negociações do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag).
“Estamos em tratativa com a União sobre a federalização de uma ou das duas empresas. Não temos ainda uma definição sobre o que faz sentido para a União. Sabemos que o negócio do nióbio em Araxá é o principal ativo e é o que torna as empresas valiosas. Embora ainda não tenhamos o valor determinado, é parte da discussão que acontece no âmbito da Assembleia e do BNDES”, afirmou Barreto.
“Temos uma avaliação feita em 2023 sobre o ativo do nióbio. Essa avaliação apontava um valor de US$ 4 a US$ 5 bilhões (aproximadamente de R$22 a R$ 28 bilhões) ela precisa ser refeita, porque o mercado muda. O mercado do nióbio já mudou. Uma nova bateria de nióbio, um produto novo, foi lançada no ano passado que tem uma perspectiva muito grande de gerar mais receitas. Quando falamos da valoração de uma empresa, temos que olhar várias questões”, disse.
“Sem chutes”
A presidente da Codemge afirmou que os “chutes” sobre o valor da empresa podem prejudicar as negociações entre o governo de Minas e a União.
“Falar de qualquer valor que seja chutado não ajuda em nada. Trazer um valor que não tenho confiança não ajuda em nada na discussão da Assembleia. Tivemos vários valores sendo citados, por deputados, por pessoas diversas, que chutam o valor. Isso não contribui em nada. Não consigo entender o benefício de se fazer um cálculo não técnico. Se eu falo que a empresa vale menos do que ela vale, posso estar contaminando uma negociação com o governo federal. Se eu falo que vale muito mais do que ela vale, posso estar levando a um erro na análise da totalidade dos ativos. Precisamos de uma avaliação técnica e confiável”, afirmou Luisa Barreto.