Ouvindo...

Haddad diz que há um ‘abusinho’ da recuperação judicial em setores da economia

Ministro da Fazenda afirmou que o governo federal analisa dois setores que podem estar abusando do mecanismo de socorro para empresas endividadas

Ministro disse que dois setores precisam de um cuidado maior, mas não disse quais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse neste sábado (27) que o governo federal está analisando o que chamou de “abusinho” no uso da recuperação judicial em alguns setores. O chefe da equipe econômica do presidente Lula não citou quais seriam os setores em questão, mas afirmou que há casos chamando atenção e que inspiram cuidado maior.

“Tem um abusinho no uso da recuperação judicial em alguns setores, que estamos analisando com mais calma. Estamos estudando alguns casos que estão chamando atenção. Tem um ou dois setores que estão inspirando um cuidado maior”, disse o ministro ao Podcast 3 irmãos.

Apesar de não ser citado por Haddad, há uma preocupação com o número de pedidos de recuperação judicial por empresas da agropecuária. Segundo o Monitor da Recuperação Judicial, da consultoria RGF&Associados, cerca de 4.965 empresas no país estavam passando pelo processo no 2º trimestre de 2025.

Do total, 388 empresas são do agronegócio. O número representa um aumento de quase 60% nos pedidos de recuperação judicial do setor, se comparado com o mesmo período de 2024, quando foram registrados 243 processo.

Se comparado a outros setores, o agro ainda tem o menor número de pedidos. Porém, o percentual de processos abertos chama atenção. O comércio, por exemplo, teve um aumento de 17,8% nos pedidos, chegando em 1.003 empresas em recuperação judicial.

No ano passado, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que a recuperação judicial era um instrumento legítimo, que não poderia ser banalizado. O mecanismo permite que empresas em dificuldades financeiras reorganizem suas dívidas para evitar a falência, com a empresa suspendendo as cobranças e negociando os débitos.

Leia também

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.
Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.