Ouvindo...

Advogado de Bolsonaro defende anulação de delação de Mauro Cid: 'É um mentiroso’

Representante da defesa de ex-presidente reiterou sua posição pela suspensão da colaboração de ex-ajudantes de ordem e réu no julgamento de tentativa de golpe de Estado

Paulo da Cunha Bueno, advogado de Bolsonaro, concedeu entrevista antes da sessão do julgamento no STF nesta quarta-feira (10)

O advogado de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Cunha Bueno, reiterou a defesa pela anulação da delação do réu colaborador Mauro Cid ao chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (10). O julgamento prossegue nesta manhã após os votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flavio Dino pela condenação do ex-presidente e outros sete réus considerados o núcleo de suposta trama golpista.

Nas palavras do representante da defesa de Bolsonaro, a colaboração de Cid não deveria existir. O advogado ainda caracterizou o militar e ex-ajudante de ordens da Presidência da República como “mentiroso”.

“A delação tem que ser derrubada até para não criar um precedente de jurisprudência horroroso para o país. A delação do Cid é algo que não deveria existir. Ele é um mentiroso”, afirmou o advogado.

Moraes e Dino votaram pela condenação

Na sessão de terça-feira (9), o relator do caso, Alexandre de Moraes votou pela condenação dos réus. O voto foi seguido por Flavio Dino. A sequência do julgamento acontece na manhã desta quarta com o voto do ministro Luiz Fux.

Além de Bolsonaro, apontado por Moraes como o líder do núcleo, os magistrados apontaram culpa de Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência); Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional); Mauro Cid, ex-ajudante de ordens; Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa; e Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022.

O julgamento acontece na primeira turma do STF, formada ainda por Cármen Lúcia e Cristiano Zanin que votam, nesta ordem, após Fux.

Crimes em julgamento

Os réus respondem a cinco crimes na Suprema Corte. A lista é composta por:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e ameaça grave (com exceção de Ramagem);
  • Deterioração de patrimônio tombado (também com exceção de Ramagem).

* Ramagem não responde pelos dois últimos crimes devido a uma ação da Câmara dos Deputados. Em maio, a Casa aprovou uma suspensão da ação penal contra o parlamentar que o exime dos fatos ocorridos após sua diplomação no cargo de deputado federal.

Leia também

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.
Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio
Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.