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Sede do antigo Dops pode se tornar Memorial dos Direitos Humanos e ser retirada da lista do Propag

Medidas foram anunciadas após audiência de conciliação entre os movimentos que ocupam o prédio desde o início de abril e o governo do estado de Minas Gerais

Movimentos sociais ocuparam antigo prédio do DOPS, na avenida Afonso Pena

A sede do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) na avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, pode se transformar em um memorial que visa celebrar os direitos humanos. A decisão, acompanhada pela Justiça de Minas Gerais, foi anunciada após audiência de conciliação entre movimentos sociais que ocupam o edifício desde o início de abril e o governo do estado.

Ainda, o prédio pode ser retirado da lista de imóveis que devem ser oferecidos pelo governo do estado à União para abater a dívida de Minas, estimada em R$ 165 bilhões, por meio do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). O prédio é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) desde 2016.

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Renato Campos, coordenador do movimento que ocupa a sede do Dops, destaca que a militância conseguiu mostrar que a construção de um memorial é “fundamental para o resgate da memória, da verdade, da Justiça do povo de Minas Gerais” que “lutou contra a ditadura” e para afastar as “heranças da tortura”.

“Conseguimos hoje a retirada do memorial dos direitos humanos da lista do Propag, que estava à venda. Conseguimos também a definição pela Justiça para que aquilo seja um Memorial dos Direitos Humanos e não tenha outra finalidade”, informa o ativista.

De acordo com ele, uma nova audiência de conciliação com o governo do estado foi marcada para o próximo 13 de junho, quando deve ser apresentado um cronograma sobre as obras e a construção do memorial.

Em nota, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) pontua que “todas as discussões propostas serão analisadas pela Sedese, dentro de todos os prazos fixados pela Justiça”.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.
Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.