Relator da dosimetria recebeu recado: ‘não pode passar a boiada’

PL tem que ficar dentro do acordado com Alcolumbre

Ex-presidente Jair Bolsonaro em discurso em Copacabana

O relator do Projeto de Lei da Dosimetria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, senador Espiridião Amin (PP), recebeu um recado claro sobre as alterações no texto que passou na Câmara dos Deputados: “não pode passar a boiada”, disse uma das fontes da coluna.

A escolha de um parlamentar da base de Jair Bolsonaro para relatar a proposta foi um gesto para este campo político, mas para que a proposta prospere é necessário manter os limites da dosimetria sem radicalizar a matéria. O texto que o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União), se comprometeu a pautar foi um texto moderado, de redução de penas, defendido por parte das bancadas de partidos de centro.

O benefício ao ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, é um ponto de polêmica. Uma ala forte do senado defende que o nome de Bolsonaro seja retirado. A vontade desse grupo, que inclui Davi Alcolumbre, será expressa no voto do senador Alessandro Vieira (MDB), que foi relator do PL Antifacção. O relatório de Vieira deixa o código de execução penal mais rígido enquando a dosimetria flexibiliza a lei.

Para reduzir o conflito entre essas duas matérias, o voto de Vieira na CCJ deve ser contra a dosimetria como ela está. Para tentar reduzir a discrepância, o senador Rogério Marinho (PL), líder da oposição, já disse que haverá uma emenda para restringir alterações no regime de progressão de pena apenas aos presos do 8 de janeiro.

Em resumo: ou a oposição cumpre o combinado ou a dosimetria corre o risco de ser enterrada. Se o acordo não prevalecer, as chances são grandes de, em primeiro lugar, Alcolumbre não pautar a proposta e, se pautar e ela for aprovada, Lula pode vetar todo o texto. Por fim, semo STF pode considerar o texto inconstitucional.

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Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.

A opinião deste artigo é do articulista e não reflete, necessariamente, a posição da Itatiaia.

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