O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ironizou nesta terça-feira (16) um pedido de nulidade apresentado pela defesa de Filipe Martins, réu do núcleo 2 do processo que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Os advogados alegaram que o réu estaria sendo alvo de uma suposta “caça às bruxas” conduzida pelo relator. Ao rejeitar o pedido, Moraes fez referência irônica ao argumento.
“A defesa afirma que, desde o início da caça às bruxas movida contra o defendente — talvez se referisse ao Halloween —, chama atenção para um suposto voluntarismo deste processo e, a partir daí, faz várias acusações totalmente infundadas. Não assiste nenhuma razão à defesa”, afirmou o ministro.
A Primeira Turma do STF retomou nesta terça-feira o julgamento do núcleo 2, etapa dedicada à apresentação dos votos dos ministros. Como relator, Alexandre de Moraes foi o primeiro a se manifestar.
Na sequência, votam os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Caso haja condenação, o colegiado avança para a fase de dosimetria, quando são fixadas as penas individualmente para cada réu. A expectativa é de conclusão do julgamento ainda nesta terça.
O núcleo 2 é composto por seis réus, entre eles ex-assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-integrantes do Ministério da Justiça, militares e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo é apontado como responsável pelo “gerenciamento das ações” que buscavam manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas urnas.