Deputados de direita e esquerda estão comemorando a decisão do conselheiro do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG), Agostinho Patrus,
Bella Gonçalves (PSOL),
“Estamos desde o início desse processo falando sobre a falta de transparência nesse edital. No nosso entendimento ele nem deveria ter sido publicado antes de um processo de participação popular, de diálogo com os municípios atingidos e com os devidos esclarecimentos. Em duas audiências mal divulgadas a toque de caixa na própria Cidade Administrativa, isso é impossível. Então foi um edital feito de cima pra baixo mesmo. Isso fica evidente quando vemos a maioria dos municípios se posicionando contra a concessão”, disse à Itatiaia.
"É uma concessão que quer dar 30 anos de pedágio urbano pra conseguir construir um contorno viário de 20km. É tirar dinheiro dos mais pobres da RMBH pra fazer obras que são de responsabilidade cotidiana da Seinfra”, seguiu a deputada.
“Há também falta de transparência nos aspectos técnicos do edital. Os documentos entregues não foram suficientes para sanar tamanho atropelo. E claramente temos um problema em um edital que não prevê a contratação de empresa com experiência prévia e que privilegia o lucro ao usuário. Isso também fica evidente na decisão do tribunal”, finalizou.
Engler também comemora
O deputado Bruno Engler, autor de um projeto que pretendia barrar a concessão, classificou a decisão como acertada.
“Nós já estamos há um bom tempo nesse embate contra esse projeto de instalar pedágio no vetor norte, que a gente entende que será se implementado prejudicial para as pessoas que moram na região metropolitana de Belo Horizonte, que precisam fazer esse trajeto todos os dias”, afirmou à reportagem.
“Além da questão das tarifas que realmente pesariam muito no bolso de quem trabalha com o transporte de aplicativo, táxi, quem mora em cidades do Vetor Norte e trabalha em Belo Horizonte, teria que fazer esse trajeto todo dia. Então acho uma decisão muito acertada”, afirmou.
Esclarecimentos do governo
Nessa quinta-feira (24), o governo de Minas
A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Parcerias disse à Itatiaia que a pasta respondeu “ponto a ponto” todos os questionamentos feitos pelo conselheiro do TCE, Agostinho Patrus. Os documentos foram entregues na reta final do prazo de dez dias. A Seinfra ainda não se posicionou sobre a suspensão do edital.